Alguns ambientes de trabalho apresentam condições prejudiciais à saúde, como aqueles onde há presença de agentes químicos, radiológicos e baixa luminosidade. Outros colocam em xeque a integridade física do trabalhador quando as exigências de segurança não são cumpridas, como no caso do trabalho em altura.
Cada atividade laboral tem suas particularidades e para evitar os acidentes é preciso conhecer de perto quais são as ameaças às quais os profissionais são submetidos. Como nem sempre é possível evitar todos os perigos, é necessário ter clareza sobre os riscos ocupacionais para otimizar a execução das tarefas e torná-las mais seguras e saudáveis.
Você já sabe quais são os tipos de riscos no ambiente de trabalho? Confira neste artigo do que se trata, como eles são classificados e como prevenir os acidentes!
O que são riscos ocupacionais?
Eles podem ser compreendidos como os riscos de acidentes aos quais os colaboradores estão submetidos durante a execução dos afazeres profissionais. Muitas vezes, eles estão relacionados à altura, ruídos, vapor, temperatura, entre outros fatores.
Além de acidentes, ferimentos ou morte, eles podem levar à ocorrência de doenças e sofrimentos psicológicos (estresse, ansiedade, entre outros). Portanto, nem toda ameaça à saúde do trabalhador é facilmente verificável.
Os profissionais que trabalham em escritórios, por exemplo, sofrem com os riscos denominados ergonômicos. Já os trabalhadores das companhias de energia ou os bombeiros estão constantemente realizando atividades nas alturas ou em outras situações onde a ameaça à integridade física é iminente e facilmente detectável.
Os riscos ocupacionais estão ligados ao ambiente de trabalho e zelar pela saúde do trabalhador é tão importante que uma portaria e uma Norma Regulamentadora foram criadas especificamente para esse fim. Agora que você já sabe o que são os riscos do ambiente de trabalho, descubra como eles são classificados.
Quais são os tipos de riscos?
O Ministério do Trabalho e Emprego informou os 5 tipos de riscos ocupacionais recorrentes com o objetivo de garantir a segurança do trabalhador e construir estratégias de controle de acidentes. Confira quais são eles!
Físicos
Eles fazem parte do primeiro grupo (classificados com a cor verde) e estão relacionados ao contato do trabalhador com ruído, radiação e pressão anormal. Também integra esse grupo a exposição ao frio, calor e umidade. Vale lembrar que existem equipamentos de proteção individual e até coletivos além de estratégias para redução de acidentes específicos para cada um desses riscos.
Químicos
Classificados com a cor vermelha, os riscos ocupacionais do grupo 2 estão relacionados à presença de poeira, gases, vapores, produtos químicos e outras substâncias tóxicas. Nessa situação, a atenção deve se voltar para as formas e tempo de contato, assim como ao nível de toxicidade de cada composto.
Biológicos
A classificação marrom integra o terceiro grupo de riscos ocupacionais. Essa categoria aborda a possibilidade de doenças advindas do contato com vírus, bactérias, fungos, outros extratos biológicos e materiais não esterilizados. Nesse contexto, as medidas protetivas devem ultrapassar o caráter individual e promover a segurança coletiva e do ambiente. Geralmente, os trabalhos desse grupo tem alto nível de insalubridade.
Ergonômicos
Classificados com a cor amarela, os riscos ergonômicos formam o quarto grupo. Eles compreendem as jornadas de trabalho exaustivas e/ou noturnas, monotonia e repetição de ações, controle excessivo de produtividade, postura inadequada de trabalho e demais situações de estresse físico ou psicológico.
Para garantir a qualidade de vida do colaborador, o laudo ergonômico é um bom auxiliar. Trata-se de um documento que visa a promoção do bem-estar dos funcionários por meio da análise das situações de risco ergonômico e das medidas de redução dos riscos.
Acidentais
Os riscos acidentais são aqueles que se relacionam à utilização de máquinas e ferramentas, exposição a perigos do ambiente e ausência de utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Fazem parte do grupo 5 (classificado com a cor azul) o contato com instrumentos defeituosos, risco de choque elétrico e incêndio, iluminação imprópria, labor ou ocorrência envolvendo animais peçonhentos e outras situações smilares.
Como você observou, a classificação dos riscos é muito importante. Entretanto, é preciso lembrar que determinadas atividades podem ser enquadradas em mais de uma categoria. O trabalho em alturas, por exemplo, pode se encaixar nos riscos acidentais e em outras categorias (físicos, ergonômicos etc.) de acordo com o tipo de tarefa executada.
O mesmo vale para atividades em espaços confinados. Trabalhadores de minas subterrâneas podem estar sujeitos aos riscos físicos, químicos, ergonômicos ou acidentais.
Nessas e outras situações, o colaborador deve ter acesso às informações necessárias para laborar com segurança, bem como utilizar os instrumentos de trabalho e equipamentos de proteção adequados para prevenir os riscos.
O que fazer para prevenir os riscos?
Muitas vezes, não é possível eliminar completamente os riscos. Entretanto, a melhor forma de evitar a ocorrência de acidentes e, consequentemente, de danos aos trabalhadores e à própria empresa é respeitar e atender às determinações das Normas Regulamentadoras.
Isso quer dizer que a prevenção dos riscos é de responsabilidade tanto do empregador quanto do empregado e que cada um deles deve fazer a sua parte. As empresas devem fornecer os instrumentos adequados às atividades e ao tipo de risco ocupacional, bem como monitorar e capacitar os seus funcionários no que diz respeito às medidas preventivas.
Já os trabalhadores devem seguir os procedimentos estabelecidos e as instruções recebidas, cooperar com a empresa no cumprimento das normas e, claro, utilizar corretamente os EPIs fornecidos de acordo com o PPRA (Norma Regulamentadora 9). Nunca é demais lembrar que eles são os principais instrumentos de neutralização ou redução das condições de periculosidade e insalubridade.
Outra maneira obrigatória de prevenção é a elaboração e uso do Mapa de Riscos, previsto pela Norma Regulamentadora 5. Além de reduzir os perigos, as políticas de prevenção de acidentes são indispensáveis ao sucesso do negócio.
Empresas organizadas e com pequenas taxas de acidentes são mais competitivas, melhor avaliadas pelo mercado e pelos colaboradores. Adotar as medidas de prevenção significa atender às necessidades do trabalhador, evitar as perdas de produtividade que resultam dos acidentes e preservar o empreendimento de ações judiciais e sanções advindas das instituições fiscalizadoras.
A partir da realidade de cada modalidade de trabalho é possível classificar os riscos aos quais os colaboradores são expostos e prevenir os acidentes. Saber disso faz toda diferença. O cumprimento das determinações, o uso dos EPIs e os treinamentos são as principais formas de prevenção.
Agora que você já sabe quais são os riscos ocupacionais e como classificá-los, leia nosso artigo sobre a importância do treinamento para espaço confinado para adquirir novos conhecimentos e continuar reduzindo o número de acidentes!