Os riscos de explosividade estão entre as mais graves ameaças à rotina industrial. Isso acontece tanto por causa das altas chances de mortes, como pela hipótese de danos às instalações empresariais e seus arredores.
Desse modo, a identificação de gases e de vapores inflamáveis ou tóxicos é um passo imprescindível nas medidas de prevenção. Além dessas substâncias, o oxigênio também precisa ser monitorado, uma vez que ele tem efeito comburente, ou seja, acelera a queima.
São exemplos de atividades que requerem atenção especial nesse quesito as operações off shore e on shore de petróleo e gás, as indústrias petroquímicas, as farmacêuticas e até algumas operações do agronegócio.
Assim, é preciso incluir as políticas de combate a explosões na cultura de prevenção de acidentes de uma organização vulnerável a elas. Quer saber mais sobre o assunto? Então, leia neste post um conteúdo sobre como obedecer às normas vigentes com muita tranquilidade. Confira!
O que são atmosferas potencialmente explosivas?
Quando substâncias inflamáveis se misturam com o ar — em forma de gás, vapores, poeira e/ou névoa —, surgem as atmosferas potencialmente explosivas, que nada mais são do que espaços nos quais o risco de explosividade está presente.
Em áreas abertas, é mais simples controlar esse perigo com as técnicas de ventilação. Isso porque é possível diluir esses elementos ameaçadores de forma mais rápida e segura. Afinal, a dispersão desses itens no ambiente não encontrará obstáculos.
Por outro lado, em locais de confinamento, as ameaças se multiplicam consideravelmente. Ao contrário do que muita gente pensa, a quantidade de empresas expostas a essa situação é enorme, seja na terra, seja no mar.
As poderosas indústrias de cosméticos e as sempre lucrativas empresas alimentícias, que utilizam a refrigeração por amônia, são apenas dois exemplos de negócios com alto risco de explosividade. A seguir, confira alguns exemplos de locais suscetíveis a esse tipo de contingência:
- postos de gasolina;
- hospitais;
- cervejarias;
- indústrias têxteis;
- fábricas de papel e celulose;
- empresas que distribuem gás de cozinha;
- indústria química e petroquímica;
- navios e embarcações off-shore;
- transporte e armazenagem de materiais perigosos;
- concessionárias de gás e energia;
- termoelétricas;
- indústria de açúcar e álcool;
- estações que tratam esgoto.
Como identificar esse tipo de área?
Um aparelho chamado detector de multigases é o mais recomendado para descobrir se uma área oferece ou não níveis preocupantes de explosividade. É preciso, porém, dominar as técnicas de utilização desse equipamento para que nada saia errado.
Além de informar a presença do elemento de risco no ar, esses equipamentos medem a sua concentração no ambiente. Dessa maneira, um funcionário consegue utilizar o acessório para saber até onde avançar, de modo seguro, em uma área sujeita a contaminações ou explosões.
Geralmente, esses dispositivos de proteção contam com sensores para verificar a presença de oxigênio, de monóxido de carbono e de sulfeto de hidrogênio, entre outros gases.
Além disso, esses instrumentos oferecem a porcentagem de LEL (Lower Explosive Limit, da sigla em inglês, ou Limite Inferior de Explosividade), que aponta uma situação iminente de explosão quando se alcança índices inseguros.
Existem também os insufladores de ar, equipamentos obrigatórios para uso em atividades nos espaços confinados com atmosfera explosiva. Esses aparelhos, usados para expulsar substâncias perigosas de um recinto, devem conter o selo de certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que atestem que eles atendem a legislação nacional vigente e são à prova de explosão, no caso de equipamentos elétricos. Porem, certifique-se que todos os seu componentes e o caminho elétrico estejam protegidos, em conformidade e certificados. Equipamentos elétricos com somente o motor certificado não são seguros.
Quais os riscos da explosividade?
Entre as piores consequências de uma explosão figuram as mortes, inevitáveis em inúmeras situações. As explosões podem causar ainda ferimentos, como queimaduras graves, e até perdas de matéria-prima, de maquinários, de mercadorias , entre outras. Isso sem falar nas circunstâncias em que o acidente atinge áreas vizinhas à empresa.
Em janeiro deste ano, por exemplo, mais de 100 pessoas faleceram como resultado da explosão de um oleoduto perfurado de forma irregular no México. No mesmo mês, no centro de Paris, na França, três pessoas vieram a óbito, entre as quais dois bombeiros, além de outras 50 ficarem feridas em ocorrência simular. Nesse caso, a tragédia se deu após um vazamento de gás seguido de uma forte detonação.
Também em janeiro de 2019, mais um acidente dessa categoria foi registrado em uma fábrica de fogos de artifício em Japaraíba, Minas Gerais, com outra vítima fatal. Já em 2017, cinco profissionais faleceram em consequência de uma explosão na Gerdau, em Ouro Branco, município mineiro. Além das mortes, outros dez colaboradores tiveram lesões em virtude dessa catástofre.
Nem mesmo o ambiente universitário está imune a esses riscos. Em agosto de 2018, três pessoas sofreram ferimentos depois de o laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) explodir. Nesse episódio, uma das atingidas era gestante.
Além do fator humano, os riscos de explosões podem trazer relevantes impactos para uma atividade produtiva, como já dissemos. Para os gestores da segurança do trabalho, vale ressaltar ainda as chances de processos judiciais.
Esses líderes correm o risco de responder por crimes como a negligência ou a imprudência, por exemplo. Isso sem falar nas hipóteses de condenação à prisão. Multas, advertências e interdições também são tipos de ameaças em caso de haver explosões em uma companhia.
Por isso, é necessário vencer as agendas atribuladas para criar políticas de mitigação sérias, permanentes e de qualidade. Em espaços confinados, essa urgência é ainda maior.
Quais elementos precisam ser combinados para ocorrer uma explosão?
Gases inflamáveis e vapores de líquidos — inflamáveis ou combustíveis — podem incendiar por meio de uma fonte de ignição. Isso acontece quando essas substâncias se acumulam em concentrações peculiares e em condições onde existem comburentes.
O nível de acúmulo de produtos perigosos é medido pela escala de limite de explosividade. Cada substância tem um nível máximo e mínimo de tolerância para oferecer condições seguras.
Antes de algo explodir, é necessário que haja a associação de três fatores: uma substância combustível ou inflamável que esteja em quantidades específicas em um ambiente, a presença de oxigênio — que faz o papel de comburente, e uma fonte de ignição, ou seja, algo que esteja pegando fogo ou muito perto disso.
Veja os três fenômenos que juntos podem provocar uma explosão:
- material inflamável ou combustível: gases, fibras, poeiras e vapores;
- fonte de ignição: como as faíscas que surgem em atividades elétricas ou mesmo as situações em que a temperatura amplia demasiadamente, que são conhecidas como efeitos térmicos;
- elementos comburentes: na maioria dos casos, esse papel é exercido pelo oxigênio, presente no próprio ar. Trata-se de substâncias que intensificam um incêndio.
Como prevenir as situações perigosas?
Para evitar e amenizar os riscos de explosividade nos espaços confinados, por exemplo, é necessário seguir as orientações da Norma Regulamentadora 33 (NR 33), do Ministério do Trabalho. Embora essa regulamentação ofereça dados com bastante clareza e pormenores, infelizmente, a maioria das empresas não a cumpre como deveria.
Quando a empresa põe a NR 33 em prática, ela reduz as chances de explosões a níveis mínimos. Isso significa que obedecer à NR 33 já é um grande passo.
Além disso, muitas NRs tratam da explosão de maneira indireta, isto é, trazem assuntos que têm alguma relação com a explosividade. São exemplos disso as normatizações que dispõem sobre a utilização de equipamentos, tais como: NR 10, NR 12 e NR 18.
Na prática, as regras são quase as mesmas em todo o mundo. Estados Unidos e Canadá adotam métodos de prevenção um pouco diferentes da maioria dos países, mas não são muito relevantes.
Já as nações da América do Sul e da Ásia adotam o modelo europeu de normatização na maior parte dos casos. Veja algumas medidas previstas nas normas:
- elaboração de um plano de prevenção contra acidentes em áreas potencialmente explosivas;
- identificação das áreas expostas a esse perigo;
- análise e classificação de riscos encontrados;
- utilização correta de aparelhos como detectores multigases e ventiladores à prova de explosão certificados pelo Inmetro;
- produção de planos de ação emergenciais;
- monitoramento constante de substâncias combustíveis e inflamáveis;
- afastamento e/ou controle de possíveis fontes de ignição em lugares expostos a esse tipo de risco.
Portanto, combater os riscos de explosividade é uma parte estratégica na prevenção de tragédias. Com o estudo das Normas Regulamentadoras e com equipamentos de procedência confiável, fica simples deixar o ambiente laboral livre desse tipo de ameaça. Dessa forma, você garante a produtividade, preserva vidas e conscientiza os funcionários.
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imensamente bom o vosso trabalho contribui muito para as minhas actividades
Muito obrigado pelo artigo, contribuiu muito para a gestão no meu trabalho, abraços.
Agradeço imensamente pelos artigos publicados. Contribuem muito para o meu dia a dia em compartilho com outros colegas de trabalho… Quando estiverem por SP em algum work shop ou até mesmo treinamentos gostaria de participar.
Parabéns e sucesso a todos !!!