O que é radiação não ionizante? Aprenda agora!

A radiação não ionizante é um fenômeno de origem eletromagnética, proveniente tanto de fontes naturais (sol) quanto artificiais (dispositivos eletrônicos). Como seu próprio nome sugere, ela não é capaz de ionizar outras partículas: em outras palavras, não possui um nível energético suficiente para arrancar elétrons, mas sim para excitar os átomos.

Essa excitação atômica, causada pela radiação não ionizante, está relacionada com o movimento dos elétrons que ocorre no interior do átomo (nesse caso, levados para as camadas mais externas). Mesmo sendo identificado como um fenômeno relativamente pouco energético, esse tipo de radiação é capaz de quebrar moléculas e ligações químicas, desencadeando outros processos.

Parâmetros como proximidade da fonte, potência, frequência da onda e tempo de exposição definem o quão agressiva ao corpo humano essa radiação pode ser. Destacaremos, dentre os variados tipos de radiação não ionizante, as circunstâncias e localidades consideradas de alto risco e periculosidade, bem como os seus devidos equipamentos e medidas de segurança necessárias.

Radiação infravermelha e ultravioleta na indústria

Podemos destacar os profissionais que atuam no ramo da siderurgia, metalurgia e soldagem como exemplos de funcionários que, geralmente, mais sofrem com a exposição desse tipo de radiação. Isso porque o metal, quando fundido, e alguns processos de solda emitem radiação ultravioleta e infravermelha, podendo trazer sérios danos à saúde.

Nesses casos, a radiação gera uma onda de calor extremamente prejudicial para a pele, olhos e órgãos internos, podendo causar queimaduras, doenças progressivas e desidratação. Os trabalhadores que atuam expostos a essa radiação devem impreterivelmente se proteger.

Equipamentos e medidas de segurança

• óculos de segurança com proteção contra radiação infravermelha e ultravioleta;
• vestimenta térmica especifica que cubra a cabeça e o restante do corpo;
• luvas de raspa;
• bota de couro;
• máscara de segurança facial (em especial no caso de solda ou proximidade com metal fundido): proteção contra radiação infravermelha e ultravioleta;
• biombo para processos que envolvam solda e uso de maçarico;
• enclausuramento quando possível de fontes e processos emissores;
• ventilação ou exaustão mecânica do ar no ambiente de trabalhos com solda e matais fundidos à quente;
• isolamento e sinalização das áreas de risco.

Radiação solar

O sol é a principal fonte emissora de radiação não ionizante, pois ele emite, simultaneamente, luz visível, infravermelho e ultravioleta. Mesmo com a proteção atmosférica, onde parte da radiação é refletida, essas ondas eletromagnéticas contendo altíssimos valores energéticos conseguem alcançar o solo terrestre.

Os raios solares incidem na terra sob variáveis níveis energéticos ao longo do dia. Em outras palavras, há momentos do dia em que mesmo uma baixa exposição ao sol já significa possíveis riscos ao corpo humano. Câncer de pele, queimaduras e problemas de visão são alguns dos malefícios causados pela exposição excessiva ao sol sem a devida proteção.

Equipamentos e medidas de segurança

• proteção/cobertura solar;
• vestimenta que cubra totalmente o corpo;
• chapéu/boné;
• óculos escuro de segurança;
• protetor solar e cremes específicos para proteção da pele.

Radiação laser

O laser também é caracterizado por ser um emissor de radiação não ionizante. Presente em alguns equipamentos médicos, impressoras, máquinas de corte de alta precisão, dispositivos de medição e leitores de código de barras, ele também requer atenção, principalmente ao se fazer a manutenção nesses equipamentos emissores.

A radiação não ionizante oriunda do laser, além de atacar a pele, afeta principalmente os olhos: lesões na retina, queimaduras avançadas e cegueira são consequências graves causadas pelo laser quando não se toma os cuidados necessários; ressaltando, assim, mais uma vez a importância de manter a devida segurança.

Equipamentos e medidas de segurança

• cobrir totalmente o corpo com a vestimenta específica contra laser, em caso de manutenção e/ou exposição constante a fontes emissoras;
• óculos de segurança com proteção laser;
• biombo/cortina de proteção;
• enclausuramento quando possível de fontes e processos emissores;
• automatização do processo;
• isolamento e sinalização das áreas de risco.

Radiofrequência e micro-ondas

A onda eletromagnética, nessa específica frequência e comprimento, é utilizada em larga escala principalmente pelo setor de telecomunicações, serviços militares (radiofrequência), secadores, esterilizadores e fornos (micro-ondas). Um bom exemplo de uma poderosa fonte emissora desse tipo de radiação são as torres de telecomunicação e transmissão.

Para garantir uma boa cobertura de sinal aos aparelhos eletrônicos em geral, essas torres trabalham com elevadas potências e emitem ondas eletromagnéticas de longo alcance, varrendo áreas gigantescas.

Como já destacado acima, parâmetros como proximidade e potência da fonte são decisivos para mensurar a periculosidade. Logo, essas torres e equipamentos que emitem ondas microscópicas representam um alto risco à saúde dos trabalhadores desse ramo. Queimaduras, infertilidade masculina e catarata são alguns dos vários riscos que o trabalhador está sujeito.

Equipamentos e medidas de segurança

• vestimenta de segurança específica que reflete a radiação e cubra o corpo todo;
• dosímetro individual de radiação — principalmente na manutenção de potentes torres e antenas de rádio;
• enclausuramento do processo quando possível — equipamentos que emitem micro-ondas;
• desligamento da fonte, sempre quando viável, durante a sua manutenção;
• isolamento e sinalização das áreas de risco.

Acidentes de trabalho em ambientes que possuem radiações não ionizantes infelizmente não são raros. Entretanto, também há os problemas de saúde que surgem com o passar do tempo após longa exposição. Por isso, cabe ao departamento de saúde e segurança do trabalho garantir que absolutamente todos os locais da empresa estejam de acordo com as normas de segurança.

Apenas usar os corretos equipamentos de proteção individual não basta. Como se trata de vidas humanas, é necessário um conjunto de medidas previamente estudadas para minimizar ao máximo os acidentes: saber avaliar quais são os reais riscos de um local, treinamentos constantes, palestras informativas, métodos corretos de trabalho, etc.

Seguindo esse raciocínio, fica fácil perceber o quão importante são os equipamentos de proteção individual e metodologias de segurança no trabalho. Além disso, vale ressaltar que a empresa deve manter-se atualizada quanto às novidades na área de segurança do trabalho. Por isso, consultorias e auxílio profissional externo, com uma certa frequência, são boas soluções.

Conteúdos iguais a este são importantes, pois ajudam a propagar conhecimento e, consequentemente, podem minimizar acidentes de trabalho além dos que envolvam a radiação não ionizante. Assine a newsletter da Conect e tenha acesso a diversos materiais sobre o mundo da segurança do trabalho.