O trabalho relacionado à indústria de petróleo e gás é extremamente agressivo. Ele está relacionado à exploração, refino e demais atividades que geram riscos aos trabalhadores e ao meio ambiente. Para evitar acidentes, o profissional de segurança do trabalho deve ficar atento à legislação vigente e adotar medidas de prevenção.
Um erro na estratégia pode provocar mortes, poluição na natureza e prejuízos financeiros para a companhia. E você não quer correr esses riscos, certo? Conheça os principais problemas desse setor e saiba como prevenir acidentes!
Trabalho de risco na indústria de petróleo e gás
No Brasil, essa área se destaca bastante,pois o país possui uma enorme reserva de petróleo e gás.Para garantir a um trabalho seguro nas instalações off shore e on shore, os profissionais de segurança do trabalho precisam ficar atentos aos riscos comuns da área. Afinal, além de prejudicar a saúde do trabalhador, os acidentes graves podem afetar o meio ambiente e a imagem da empresa.
Vários acidentes graves já foram registrados no país e no mundo. Em 2010, uma explosão em uma plataforma no Golfo do México matou 11 funcionários e causou prejuízos ambientais e econômicos nos setores de pesca e turismo da região.
Outra situação semelhante ocorreu em 2017 no Brasil. Uma explosão aconteceu durante o trabalho de uma equipe na caldeira de um navio sonda. O acidente feriu quatro profissionais — um deles teve 70% do corpo queimado.
A atividade de construção naval e de exploração do petróleo e gás movimenta milhares de postos de trabalho que geram exposição a dversos riscos. Além disso, essas atividades têm espaços de confinamento e atividades em altura relacionadas a:
- navios;
- sondas;
- tubulações;
- manutenção de máquinas e equipamentos;
- limpeza de tanques que têm de 30 a 40 metros de altura;
- refinarias.
É por isso que o profissional de segurança do trabalho deve ficar atento aos riscos e adotar medidas para prevenir acidentes.
Acidentes de trabalho e riscos comuns
Vale destacar que estar dentro de navios e plataformas de petróleo já é um trabalho em altura por si só, pois os profissionais estão muito acima do nível do mar, expostos a eventual queda em algum local desprotegido. E para agravar a situação, muitas atividades em altura são realizadas em espaços potencialmente explosivos. Um tanque de armazenamento de combustível ou gás, por exemplo, pode ter o efeito de uma bomba.
Por essa razão, o profissional deve ficar ainda mais atento aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Eles devem ser à prova de explosão e não podem ser inflamáveis.
Além disso, cada risco deve ser muito bem avaliado, principalmente por meio de uma análise preliminar de riscos. Ela deve ser feita com cautela também, já que um erro pode gerar um acidente catastrófico. Portanto, é imprescindível avaliar os riscos para evitar acidentes como:
- quedas;
- energizações acidentais causadas pelo rompimento de fios ou curto-circuito;
- incêndios.
Um exemplo: se alguns colaboradores estiverem fazendo a manutenção de uma plataforma e montarem um andaime de forma precária, ele corre o risco de cair. Isso gera riscos à saúde dos colaboradores que estavam lá em cima e das pessoas que atuavam na área de queda do andaime. Pode haver ainda rompimentos nas fiações, causando curto-circuito ou incêndio.
Importância da prevenção
A primeira atitude para evitar os riscos de acidentes de trabalho é a criação de uma análise preliminar de riscos. Ela consiste em um estudo antecipado de todas as etapas de produção em determinado local para avaliar as ameaças ao meio ambiente, às pessoas, ao patrimônio financeiro da companhia e à sua estrutura física.
A verificação precisa ser minuciosa para evitar qualquer tipo de problema. Por exemplo: se quem faz a análise preliminar de risco da proteção de uma torre não percebe que próximo a ela há uma rede energizada, a pessoa pode colocar, equivocadamente, um andaime metálico no local.
Esse erro pode acarretar em acidentes, como explosões drásticas e incêndios. Isso seria um equívoco na análise preliminar e não necessariamente da execução do trabalho em altura.
Por isso, a avaliação deve ser minuciosa e precisa determinar, por exemplo, os equipamentos de segurança necessários para a realização da atividade. Ela também deve propor soluções adequadas para aumentar o nível de segurança.
Para evitar acidentes por queda, pode ser recomendada a instalação de guarda corpos, o uso de EPIs e outros dispositivos de segurança pelos colaboradores. Entre eles estão:
- cinto de segurança ;
- talabartes com absorvedor de energia simple e duplo;
- sistemas de proteção contra quedas para escadas tipo marinheiro com trava quedas para cabo de aço;
- linha de vida horizontal temporária;
- descensores retrateis e automáticos para evacuação e emergência;
- tripé e monopé para acesso a escoltilhas e tanques;
- óculos de segurança;
- capacete;
- trava quedas retrátil;
- luvas de segurança.
Também é possível limitar o número de profissionais expostos aos riscos por meio de um sistema de controle de zona. E não basta apenas fornecer os equipamentos de proteção; os colaboradores também devem ser orientados sobre o uso correto deles.
O que dizem as normas de Segurança do Trabalho
A atividade relacionada à indústria petrolífera e de gás é agressiva com elevada incerteza de quando um problema acontecerá. Por isso, existe uma Norma Regulamentadora (NR 34) que trata das condições de trabalho e do meio ambiente na indústria da construção e reparação naval.
A normativa determina que “cabe ao empregador garantir a efetiva implementação das medidas de proteção”. Para isso, ele deve designar um profissional para implantar os aspectos indicados e adotar medidas de proteção antes de começar qualquer atividade.
Também é de responsabilidade do empregador interromper qualquer trabalho assim que identificar mudanças nas condições ambientais que tornem a atividade perigosa para os profissionais. Ou seja, por meio da NR 34 você pode saber como trabalhar com segurança na indústria de petróleo e gás.
Ainda que seja a principal fonte de informações (fornecendo todos os parâmetros mínimos necessários), ela não é única. Há outras normas específicas tanto para trabalho em espaços confinados (NR 33) quanto em altura (NR 35). Elas devem ser consultadas pelo profissional de segurança do trabalho para esclarecer dúvidas específicas, sempre adotando as medidas mais seguras, independente de qual normativa for seguida.
Vale ressaltar que as condições nesse ramo industrial são adversas. É importante se preocupar bastante com a área de segurança nesses contextos, pois há vários fatores negativos nesse tipo de atividade. Ela apresenta, inclusive, a classificação de maior risco nas normas nacionais.
Muitos trabalhadores desse ramo recebem adicionais de periculosidade e/ou insalubridade pelas condições que estão expostos. Também é importante ressaltar que as multas pelo não cumprimento das normas podem ser muito altas. Afinal, quanto maior o risco, mais alto é o limite da multa aplicada pelo Ministério do Trabalho.
Algumas empresas, como a Petrobras, contam com normas internas para complementar as regras mínimas que precisam ser seguidas pelos parceiros. Com isso, os terceirizados que não cumprem as regras podem receber multas ainda maiores, o que pode prejudicar bastante a saúde financeira dos contratos entre as empresas.
Como tornar a indústria de petróleo e gás mais segura
Para evitar acidentes e sanções para a empresa, é comum a presença de um profissional de segurança do trabalho com experiência no ramo. Ele é o responsável em identificar as lacunas no plano vigente para diminuir os riscos. Esse profissional deve fazer um checklist de tudo que está em funcionamento, pontuar eventuais problemas ou apontar soluções.
A revisão no plano deve ser feita com certa frequência para identificar se há necessidade de mudanças. Também é fundamental avaliar os equipamentos de proteção individual e coletiva bem como providenciar a devida manutenção ou adquirir novos quando já estão desgastados.
Agora você já sabe como diminuir os riscos e prevenir acidentes na indústria de petróleo e gás. Faça uma análise preliminar de riscos e monitore-a com frequência para garantir a proteção dos colaboradores.
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