Os riscos químicos no ambiente de trabalho podem prejudicar muito a saúde do funcionário. Muitos agentes contaminantes, inclusive, são capazes de causar danos irreversíveis. Cabe, então, ao profissional de segurança do trabalho avaliar o ambiente e adotar medidas preventivas na empresa.
As práticas envolvem, por exemplo, a análise do ambiente, a adoção de equipamentos de proteção individual e o acompanhamento constante dos profissionais. Quer entender melhor sobre o assunto? Acompanhe!
O que são riscos químicos?
São as substâncias químicas encontradas em diversos estados: líquido, sólido ou gasoso. Elas podem estar presentes no ar, na água ou em objetos utilizados pelas pessoas. Quando presentes no ambiente de trabalho, essas substâncias podem prejudicar a saúde do profissional.
Esses agentes químicos, geralmente, estão em produtos que utilizam conservantes, solventes ou minerais nas grandes empresas. A indústria farmacêutica, por exemplo, utiliza muitos reagentes químicos para produzir medicamentos ou fazer a esterilização dos materiais. Empresas de pesquisa científica também usam agentes para separação de amostras biológicas.
Na agricultura, os trabalhadores também estão expostos a riscos químicos oriundos dos pesticidas, fertilizantes e defensivos químicos. Os produtos podem causar alergias e complicações à saude nas pessoas que têm contato todos os dias.
Quais são as vias de penetração dos agentes químicos?
Esses agentes podem contaminar o trabalhador de diferentes maneiras:
- contato com a pele;
- aspiração de gases tóxicos;
- contato com a mucosa, ao ingerir alimentos ou itens em ambientes nos quais é feito o manuseio de produtos químicos.
Muitos agentes podem causar graves irritações no indivíduo ou provocar reações corrosivas. Dependendo da substância química e do tempo de exposição, o efeito pode ser devastador no profissional.
Quais são os efeitos da contaminação?
Quando a contaminação ocorre por um breve período, o indivíduo pode ter uma irritação nas vias aéreas. Normalmente, isso acontece com determinadas substâncias, como ácido clorídrico ou sulfúrico, amônia, cloro ou soda cáustica.
O contato com gases pode causar dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões ou, até mesmo, a morte. Os principais causadores desses efeitos são os gases hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano e dióxido de carbono.
O profissional de segurança do trabalho deve ficar atento ao ambiente em que os colaboradores atuam. O contato prolongado com substâncias químicas pode prejudicar o colaborador pelo resto da vida.
Muitos gases, como o butano, propano, acetona e aldeídos, têm ação no sistema nervoso central e podem gerar danos nos órgãos dos indivíduos. Muitos casos de câncer são gerados em ambientes de risco químico devido à exposição aos produtos. Algumas substâncias, como níquel, cromo e urânio, têm forte influência nessa doença.
Também não são raros os problemas de visão ocasionados pela contaminação de agentes químicos. O problema pode ser percebido quando o funcionário começa a sentir muito desconforto nos olhos. Se ele não for tratado a tempo, poderá desenvolver catarata ou cegueira.
Como reconhecer os riscos químicos no ambiente de trabalho?
O profissional de segurança do trabalho precisa ficar atento ao ambiente para reconhecer os riscos a que o colaborador está exposto. Isso pode ser feito mediante dois tipos de avaliação:
Quantitativa
É necessário avaliar os riscos químicos de maneira separada, para reconhecer a quantidade de contaminação de cada produto. Isso demanda tempo e conhecimento aprofundado do profissional, e um investimento da empresa.
Qualitativa
Essa avaliação só funciona para os agentes químicos atmosféricos. A análise deve ser feita levando em consideração a relação entre dose e efeito no trabalhador.
Quais são os níveis de prevenção de riscos químicos no ambiente de trabalho?
Os colaboradores que atuam com produtos químicos diariamente têm grande probabilidade de sofrerem algum tipo de contaminação por esses agentes. Por esse motivo, o profissional de segurança do trabalho precisa avaliar o ambiente e adquirir os equipamentos de proteção individual e coletiva para prevenir os principais efeitos causadores de doenças. Geralmente, os EPIs indicados para esse tipo de situação são:
- máscaras;
- roupas especiais;
- botas;
- óculos de proteção;
- luvas;
- respiradores.
Também é muito importante que a empresa disponibilize um médico para fazer exames frequentes nos colaboradores. Assim, se houver qualquer contaminação, o problema será identificado cedo e o funcionário poderá se tratar logo.
O profissional de segurança do trabalho ainda precisa orientar a equipe sobre o manuseio correto das substâncias ou sobre o tempo limite que os funcionários podem ficar expostos à contaminação. Para complementar, é necessário adotar as práticas de prevenção conforme os níveis de segurança:
Primário
Esse nível envolve a preocupação com a saúde do funcionário. Por isso, a empresa precisa estimular medidas simples, como:
- alimentação saudável (fora do ambiente de contaminação);
- iluminação adequada;
- água tratada;
- ventilação correta;
- controle da qualidade do ar e de ruídos;
- repouso.
Secundário
Aqui, entram as medidas específicas para prevenir as contaminações. Entre elas, estão:
- uso de equipamentos de proteção;
- imunização dos profissionais;
- treinamentos frequentes;
- conservação dos EPIs;
- medidas de prevenção de acidentes.
Terciário
Esse é o último estágio de prevenção de grandes acidentes e doenças. Ele envolve o tratamento do profissional assim que o problema for diagnosticado. Isso evita que ele possa desenvolver doenças mais graves ou lesões que possam afetar sua atividade laboral.
Uma medida adicional que deve ser aplicada (e tão importante como as outras) é a identificação dos produtos químicos assim que eles chegam à empresa. Logo, os agentes devem ser identificados, registrados e inseridos em um controle de entrada. Além disso, devem ser verificados o estado da embalagem e a conservação do rótulo, que precisa apresentar informações claras sobre as características do produto.
O que diz a NR 32?
A Norma Regulamentadora 32 estabelece as práticas e restrições necessárias para a manipulação dos agentes químicos no ambiente de trabalho. Ela também cria regras de segurança para prevenir acidentes.
A NR 32 considera possíveis contaminantes os micro-organismos, sejam eles naturais, sejam eles modificados geneticamente, que possam prejudicar a atividade laboral. Ela também ressalta a importância de a empresa fazer a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) sempre que ocorrer a contaminação de um colaborador.
A normativa ainda estabelece a exigência de um lavatório exclusivo para os profissionais expostos ao risco. Ele deve conter água quente, sabonete líquido, toalhas descartáveis e uma lixeira com abertura que evite o contato com as mãos.
Pronto! Agora, você já sabe como prevenir os riscos químicos no ambiente de trabalho. Ao seguir essas dicas, será possível evitar muitos acidentes e cuidar da saúde dos colaboradores.
Você já pratica alguma medida que citamos no artigo? Deixe seu comentário e compartilhe a sua experiência!
Obrigado pelo conteúdo muito complexo esclarecedor imenteressante que explica primeiro o que são riscos químicos o estado onde estão presentes tipos de gases consequências de exposição sintomas entende-se perfeitamente quanto ao assunto e a prevenção uso de EPI
Obrigado por este conteúdo
Bom dia!
Sou técnico em segurança do trabalho e surgiu um questionamento dos colaboradores sobre o uso de dois produtos químicos de formulações diferentes no mesmo dia de trabalho (um no período da manha outro a tarde).
Gostaria de saber se existe alguma restrição ou orientação que proíba o trabalhador de executar atividades deste formato.
Alguém sabe algo a respeito?
obrigado!