A Pirâmide de Bird surgiu nos Estados Unidos, na década de 60, quando o engenheiro Frank Bird desenvolveu um importante estudo para mensurar e qualificar os riscos laborais. Esse profissional avaliou quase dois milhões de acidentes em 297 companhias norte-americanas nesse período.
Qual foi a finalidade dessa pesquisa? Ajudar os gestores a criar condições mais seguras de trabalho, de modo a impedir processos judiciais, multas, interdições e outros inconvenientes que tiram o sono de qualquer líder. Ficou interessado? Então acompanhe, neste post, dicas incríveis sobre a Pirâmide de Bird e suas aplicações práticas. Confira!
Entenda a essência da tese
Bird, quando realizou a série de entrevistas sobre essas eventualidades e formulou sua metodologia piramidal, inspirou-se em outra teoria, a Relação de Heinrich. Essa corrente, por sua vez, já tinha levantado dados estáticos sobre contratempos industriais na década de 30.
Entre 1959 e 1966, Frank Bird dedicava-se a uma avaliação chamada Damage Control (Controle de Danos), na qual ele conversou com diversos gestores até reunir informações sobre 90 mil intercorrências.
Esse exame ajudou o pesquisador a construir os alicerces necessários para que ele elaborasse, em 1969, a doutrina que ficou conhecida como a Pirâmide de Bird. Nessa análise, o cientista conseguiu um número muito maior de informações sobre os desvios — 1,7 milhão de ocorrências foram avaliadas — do que naquele primeiro levantamento.
Depois disso, ele fez associações entre os dados e descobriu uma escala que relacionava tanto a periodicidade das emergências como a severidade de seus resultados.
Assim, ele chegou à proporção 1:10:30:600, utilizada na Pirâmide que leva seu sobrenome. Cada número representa uma informação diferente sobre as sequelas desses percalços. Note ainda que a sequência segue uma ordem crescente da esquerda para direita e de cima para baixo, ou seja, do topo para a base dessa figura geométrica. Veja:
- 1: número de mortes;
- 10: danos físicos leves;
- 30: danos materiais;
- 600: incidentes amenos.
Redobre a atenção para os acidentes simples
O mais importante da Pirâmide de Bird não são os números, mas seus ensinamentos. Isso porque a investigação envolveu uma quantidade limitada de profissionais, além de ter sido realizada há 50 anos. De lá para cá, muita coisa mudou, não é mesmo?
O mais útil desse preceito é que ele trouxe esta noção: os programas de sobreaviso para eventos mais suaves devem receber cuidados em dobro, porque eles ocorrem em maior volume. Evidentemente, isso nem de longe significa abrir mão das precauções com os perigos mais graves.
Desse modo, foi possível entender o fenômeno de que, para cada lesão grave, aconteceriam outras dez com danos físicos moderados, outras 30 com perdas materiais e outras 600 com prejuízos aparentemente irrisórios.
O que estamos dizendo é que a organização deve ter uma política muito rigorosa contra fatos aparentemente irrelevantes, pois eles são também os mais corriqueiros. Tem mais: os imprevistos de baixa consequência, por serem tão rotineiros, abrem espaço para que um dia haja algo mais preocupante.
Afinal de contas, quanto maior for a quantidade de erros tênues em determinado período, maior será o risco de eles se tornarem mais severos e arriscados. Imagine uma fábrica na qual determinada máquina esteja dando um pequeno choque. Suponha ainda que esse desalinho tenha passado despercebido durante 30 dias.
No 31º dia, ocorre uma intensa chuva que gera um vazamento de água e uma inundação muito perto desse equipamento defeituoso. Dessa vez, o alagamento deixa o empregado com os pés submersos e bem próximos à máquina problemática. Qual é o resultado?
Aquele choque elétrico inofensivo pode atingir o trabalhador com muito mais intensidade por causa da água e do risco de curtos-circuitos. Observe, a seguir, como transformar a Pirâmide de Bird em atitudes práticas:
- mantenha sempre a fluidez na comunicação entre todos os níveis e registre todas as informações possíveis sobre os acontecimentos;
- use esses canais de diálogo para fomentar a conscientização sobre a importância dos pequenos descaminhos;
- faça palestras com casos famosos de contingências operacionais;
- produza manuais de como proceder com as máquinas, com as operações, com os equipamentos de proteção obrigatórios e com as rotas de fuga.
Pense além dessa ideologia
Como a Pirâmide de Bird é uma filosofia ultrapassada — não no sentido pejorativo, mas na questão de ser antiga —, são necessárias sabedoria, malícia e experiência para que os gestores consigam extrair dela os benefícios palpáveis e pertinentes ao mundo atual.
Por isso, é preciso aliar os conceitos desses princípios com as linhas mais modernas de segurança do trabalho. Abaixo, relacionamos itens que não estão na tese de Bird, mas que podem ajudar em suas políticas de prevenção. Acompanhe:
- desvios: fatos que acontecem de forma diferente da média padrão de acontecimentos e com potencial de risco;
- perigo: condição em que o funcionário é exposto a danos ou ferimentos, como o trabalho em alturas elevadas, com eletricidade ou com materiais excessivamente pesados;
- probabilidade: chance de um perigo culminar em sequelas nocivas;
- gravidade: nível das implicações, como morte, queimaduras, fraturas etc;
- exposição: tempo médio em que o trabalhador fica sujeito a situações de perigo;
- risco: é a possibilidade de um perigo gerar malefícios levando em consideração todos os fatores já mencionados.
Uma fornecedora especializada pode ser a solução para integrar o teor da Pirâmide de Bird com as noções modernas de resguardo e com a necessidade latente de acompanhar as mudanças na legislação.
Adapte a ideia à realidade de sua empresa
Outra noção muito importante a respeito da Pirâmide de Bird é que cada instituição tem de construir a sua própria. Isso porque o grau de periculosidade está intimamente ligado ao tipo de atividade desempenhada. Assim, a equivalência de Bird não se repete sistematicamente em todas as companhias.
Desse modo, uma corporação que produz cadernos escolares tem bem menos chances de passar por uma situação crítica do que uma usina nuclear, por exemplo.
Independentemente do porte e do ramo, entretanto, será preciso criar uma cultura de prudência e bom senso nas pessoas. Também será necessário estabelecer parâmetros de tolerância aos riscos.
Quando for montar a sua Pirâmide de Bird, lembre-se de que é fundamental ter uma estratégia eficiente para varrer do caminho as emergências de impactos brandos.
Desse modo, monte um calendário de ações para a segurança do trabalho com foco nas peculiaridades do negócio no qual você atua.
A Pirâmide de Bird, portanto, é um excelente instrumento de aprendizagem para as observações científicas das relações entre os acidentes nos ambientes profissionais e suas causas. Com a adoção dessa estratégia, aquelas ocorrências aparentemente bobas e sem muitas consequências nunca mais ficarão de lado.
Assim, você vai aumentar a sua produtividade e ao mesmo tempo reduzir os riscos! E aí? O que achou de nosso artigo? Tem algo a acrescentar? Então deixe seu comentário! Sua opinião é muito importante!
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Não conhecia esse sistema.. excelente
Ótimo canal!
Parabéns a equipe
Muito bom
Excelente