Muitas pessoas que não estão familiarizadas com o termo “higiene ocupacional” podem imaginar que o conceito está inteiramente atrelado à limpeza e assepsia no ambiente de trabalho. No entanto, o significado real do termo vai muito além disso.
A verdade é que esse tipo de higiene está mais relacionado a um conjunto inteiro de procedimentos que visam proteger a saúde dos funcionários de qualquer empresa, e não se relaciona, necessariamente, com o asseio do espaço corporativo.
Neste post, você vai entender melhor o que é a higiene ocupacional e sua importância para o bom funcionamento de qualquer negócio, inclusive o seu. Acompanhe!
O que é higiene ocupacional?
É possível afirmar que a higiene ocupacional (também conhecida como higiene industrial ou higiene do trabalho) é uma ciência que corresponde a um dos ramos da segurança do trabalho, geralmente também atrelada à medicina do trabalho.
A sua aplicação visa a proteção da integridade física e mental dos trabalhadores, focando nas atividades em que estão expostos durante o tempo de serviço. A maior parte dos princípios desse setor está baseado na Norma Regulamentadora nº 15 , podendo ser aplicada à qualquer atividade laboral, seja qual for o seu ramo. As NHOs (Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro / Ministério do Trabalho e Emprego) também devem ser utilizadas como apoio em procedimentos e ensaios realizados pelos higienistas.
Normalmente, o higienista não apenas trabalha para garantir o cumprimento dessas regras, mas também se preocupa com a saúde física e emocional do empregado, já que sabe que isso tem impacto direto na sua produtividade e qualidade na entrega de resultados.
Sendo assim, o investimento em higiene ocupacional pode implicar em menos problemas futuros, capazes de ocasionar altos custos relacionados à multas e reparações de danos direcionadas aos funcionários e até mesmo à própria empresa.
Qual o objetivo da higiene ocupacional?
Essa ciência procura preservar a saúde do trabalhador em todos os sentidos por meio da avaliação, prevenção, e análise de diversos tipos de riscos aos quais os empregados estão sujeitos enquanto trabalham, tais como:
Riscos causados por agentes físicos
São os perigos apresentados pelas condições físicas do local de trabalho ou possíveis danos causados por máquinas de grande porte, como ruídos de alto volume, radiações, umidade, pressões anormais, frio ou calor intensos.
Riscos causados por agentes químicos
São provenientes de substâncias químicas líquidas, sólidas ou gasosas presentes no ambiente de trabalho, que podem ser tóxicas para o trabalhador caso entrem em contato profundo com seu organismo. Alguns exemplos são: poeira, vapores, gases e produtos perigosos em geral.
Riscos causados por agentes biológicos
Estes tipos de perigos costumam ser provocados por organismos vivos, como vírus, bactérias, bacilos, fungos, parasitas e protozoários, ocasionando doenças ou contaminações.
Riscos causados por agentes ergonômicos
São fatores que podem ocasionar desde leves desconfortos até distúrbios fisiológicos (musculoesqueléticos) e psicológicos (como ansiedade, estresse e alterações emocionais).
Alguns exemplos de riscos deste tipo estão na exigência de esforço físico intenso, postura inadequada, metas de produtividade extremamente altas e rígidas, jornadas prolongadas, e execução constante de tarefas monótonas ou muito repetitivas.
Riscos causados por agentes mecânicos (ou de acidente)
Estes tipos de ameaças são caracterizadas por condições ou aparelhos tecnológicos impróprios, que podem ser nocivos para a integridade do empregado. Alguns exemplos são: máquinas pesadas com defeito ou que não dispõem de equipamentos de proteção adequados, trabalho em altura, iluminação insuficiente, ferramentas inapropriadas, locais com risco de explosão, entre outros.
Existem tabelas e conceitos padronizados emitidos pela OMS para a identificação e análise de vários tipos de riscos.
Também cabe ao higienista educar e conscientizar os empregados sobre a importância do uso correto de equipamentos de segurança, das medidas de proteção individual e, além disso, oferecer condições médicas, sanitárias e ergonômicas de qualidade para todos que precisarem delas.
Quais são as fases da higiene ocupacional?
O principal objetivo do higienista é promover a segurança e saúde do colaborador. Para isso, é bastante comum que ele trabalhe de forma preventiva, cogitando riscos e ameças no ambiente de trabalho para que possa evitá-los futuramente.
O processo prevencionista é divido em quatro etapas principais. São elas:
Antecipação dos riscos
O primeiro passo está na consideração e levantamento de riscos potenciais dentro daquela empresa e seus arredores para a elaboração de medidas preventivas, antes que qualquer processo industrial seja implementado ou até mesmo modificado.
Reconhecimento dos riscos
Esta etapa deve dar início a uma avaliação qualitativa em relação à identificação dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho que possam causar quaisquer tipos de danos à saúde e integridade dos trabalhadores.
Sendo assim, um estudo deve ser realizado sobre as matérias-primas, produtos, métodos e procedimentos de rotina, processos, instalações e equipamentos do local de trabalho.
Alguns exemplos estão na coleta de amostras de ar para a verificação de substâncias nocivas presentes, medição do nível de ruído de alguns tipos de máquinas, supervisão no processo de coleta e remoção de produtos radioativos ou químicos etc.
Avaliação dos riscos
A avaliação quantitativa dos riscos começa nesta fase, levando em conta todos os limites de tolerância previamente estabelecidos pela NR 15.
Esses limites se referem ao nível concentração e intensidade relacionadas às características dos agentes de riscos e tempo de exposição do funcionário a eles. A adequação à norma, portanto, garantirá que não sejam causados danos à saúde do trabalhador enquanto estiver em serviço.
Controle dos riscos
O principal objetivo da fase final está na adoção de medidas específicas para a eliminação ou minimização dos riscos levantados e analisados anteriormente.
Todas as empresas legalmente reconhecidas no Brasil são corresponsáveis pelos seus empregados em todos os sentidos. Por isso, a higiene ocupacional deve ser um processo de rotina a ser considerado para o bem-estar de todos os colaboradores e segurança jurídica da empresa.
Além disso, a higiene ocupacional também pode implicar em diversas outras vantagens, como a manutenção da produtividade e motivação dos funcionários, boa preservação da imagem empresarial, redução dos índices de absenteísmo e riscos de paralisação da produção.
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