O trabalho em altura é tema constante na pauta do técnico de segurança do trabalho. Afinal, esse tipo de atividade é o que mais envolve risco. O Ministério de Segurança do Trabalho estima que, em 2016, 40% dos acidentes ocorreram por quedas. Para que essa estatística diminua, foi criada a NR 35, que estabelece regras de proteção e define os equipamentos para trabalho em altura obrigatórios para quem está envolvido nesse tipo de atividade. Mas como o técnico de segurança pode melhorar o sistema de retenção de quedas na sua empresa? Usando equipamentos de proteção individual (EPI) adequados para a atividade. No caso do trabalho em altura, são 3 os principais EPIs: cinto de segurança, talabarte de segurança, trava-quedas. Eles só podem ser usados de acordo com o determinado na NR 06 e com um Certificado de Aprovação (CA) válido. Este CA é o documento com um número expedido pelo M.T.E. (Ministério do Trabalho e Emprego) e que está marcado no próprio EPI ( no caso o cinto de segurança ). Entenda como cada EPI pode contribuir para garantir a segurança do profissional:
1. Cintos de segurança
Esqueça aquele cinto de segurança que usamos nos carros. Quando falamos de EPI, o cinto de segurança se assemelha aos usados por quem faz atividades radicais, como pular de paraquedas ou escaladas. Sua função é criar pontos de conexão no corpo do trabalhador em altura e distribuir o impacto gerado em seu corpo, caso tenha uma possível queda. Por isso, eles precisam ser resistentes e ter recursos que permitam o ajuste a diferentes tipos de corpo. Existem no mercado dois modelos que são mais usados: o tradicional cinturão paraquedista simples e o cinturão paraquedista abdominal. Enquanto o primeiro é usado para proteger de uma eventual queda, o segundo é usado pelos trabalhadores que precisam ficar posicionados durante uma atividade em altura.
2. Talabartes
Imagine a construção de um prédio. É preciso que a base esteja conectada ao teto por um forte alicerce. Caso contrário, não será possível que a estrutura fique erguida e segura para uma pessoa habitar. No caso de equipamento para trabalho em altura, o talabarte faz o papel de alicerce entre o cinto de segurança e o sistema de ancoragem. Sua função é conectar um equipamento ao outro, absorvendo o impacto sobre o trabalhador ou sobre o sistema de segurança em caso de quedas. O técnico de segurança pode escolher entre três tipos de talabarte:
- o simples, que possui apenas um ponto de ancoragem, sendo útil em situações com menor grau de risco e com de trabalho em altura aplicado em restrição de movimento do trabalhador;
- o duplo, ideal para ocasiões que exigem deslocamento e que o trabalhador precisa ficar 100% do tempo conectado a um dispositivo de ancoragem;
- o de posicionamento, equipamento que deve ser sempre usado com o simples ou duplo, pois sua função é ajudar no posicionamento do trabalhador que precisa das duas mãos livres para realizar uma atividade em altura.
Mas lembre-se: a escolha do talabarte dependerá do tipo de trabalho que será realizado. Contudo, é importante saber sobre os modelos para tomar a decisão mais adequada para a empresa.
3. Trava-quedas
Fazendo jus ao nome, o trava-quedas tem como objetivo neutralizar o risco de queda em qualquer tipo de movimentação vertical. Isso significa que, caso o suporte principal do equipamento se rompa, o trava-quedas entra em ação para evitar que o trabalhador caia. Algumas regras básicas precisam ser seguidas para utilizar o trava-quedas, como usar o EPI apenas com o cinto de segurança tipo paraquedista, certificar que o dispositivo está preso de forma firme, nunca dividir o EPI com um colega e nunca abrir o equipamento durante o trabalho. Além disso, existem no mercado vários modelos de trava-quedas. Há o modelo deslizante guiado em linha flexível, que permite o deslocamento por uma linha de ancoragem, também conhecida como linha de vida, acompanhando o usuário sem exigir sua intervenção manual durante as mudanças de posição para cima ou para baixo. Ele também é bloqueado automaticamente sobre a linha de ancoragem quando ocorre uma queda. Outro modelo é o guiado em linha rígida, que possui bloqueio automático unido a uma linha de ancoragem rígida e a um conector ou extensor. Por fim, há o modelo retrátil, que dispõe de uma função de travamento automático e de um mecanismo automático para manter a linha retrátil em tensão e retorna automaticamente para a carcaça do equipamento. Escolher o modelo certo para a atividade que será desempenhada pelo colaborador é essencial para garantir a sua segurança. Portanto o ponto de ancoragem (fundamental para realização do trabalho em altura) precisa ser muito bem escolhido sendo os olhais de ancoragem bem como as linhas de ancoragem (conhecidas como linha de vida) horizontal e vertical, as mais utilizadas.
Linhas de vida e olhais de ancoragem
Se a atividade em altura precisa de autonomia e mobilidade, é indispensável o uso de linhas de ancoragem ou linhas de vida. Como o nome indica, as linhas são cordas, cabos de aço ou fitas que ficam fixas em algum ponto de ancoragem e permitem que o trabalhador prenda o seu cinto de segurança para fazer o trabalho. A NR 35 em seu Anexo II bem como a NBR 16.325/2014 determinam os Equipamentos de Proteção Individual, Acessórios e Sistemas de Ancoragem que devem ser utilizados nos trabalhos em altura no Brasil. As linhas de ancoragem conseguem suportar uma carga de 1.500 kg ou mais, e podem ser usadas na horizontal ou vertical e serem fixas ou móveis, dependendo da atividade que será feita pelo trabalhador. Se a atividade exige boa movimentação, como o trabalho feito em fachadas, a linha de ancoragem horizontal fixa é a mais recomendada. Caso o trabalhador execute atividades em telhados, por exemplo, a linha de ancoragem horizontal móvel é muito utilizada, pois permite a montagem e desmontagem com rapidez. A linha de ancoragem vertical é usada quando o trabalhador precisa sair do solo ou de uma altura inferior a 2 metros para chegar a um ponto superior. Ela também pode ser fixa ou móvel, dependendo do local. O mais importante quando se trata de equipamentos para trabalho em altura é identificar bem a atividade que será feita e garantir que nenhum equipamento seja esquecido pelo colaborador. Para isso, faça uma Análise Preliminar de Risco (APR) para guiar a sua escolha dos equipamentos de proteção individual e também coletiva, bem como levantar os pontos mais frágeis das atividades em altura. Também é importante procurar um fornecedor especializado, com credibilidade no mercado, que possa interpretar corretamente as necessidades da sua empresa e, portanto, indicar os melhores EPIs e EPCs para a situação. E então? Ainda tem alguma dúvida sobre os tipos de equipamentos para trabalho em altura, para que servem e quais comprar para a sua empresa? Entre em contato com a CONECT e veja como podemos ajudá-lo!