Quando o assunto é “energização acidental”, é muito comum pensar em choques ou danos causados por fiações, motores e instalações elétricas. No entanto, os perigos causados por esse tipo de risco são muito mais diversos e presentes na vida do trabalhador industrial do que se imagina.
Felizmente, todas essas ameaças à saúde podem ser evitadas por meio da adoção de medidas de segurança simples, que podem (e devem) ser implantadas em qualquer organização. Quer saber quais são elas?
Neste post, você vai descobrir tudo o que precisa sobre os perigos da energização e como mantê-los longe da sua equipe. Vamos lá!
O que é uma energização acidental
A energização acidental acontece quando o trabalhador recebe uma certa carga energética em seu corpo que possa ser danosa para sua integridade física ou mental (tanto a curto quanto a longo prazo).
Ao conhecer esse conceito, é comum pensar apenas em acidentes elétricos. De fato, a energização acidental inclui riscos que envolvem equipamentos como motores, redes, fios de tensão, quadros de distribuição e transformadores, mas também diz respeito a outras fontes de energia, como radiações, campos eletromagnéticos e calor excessivo.
As consequências negativas podem variar desde uma simples queimadura superficial até a contribuição para o desenvolvimento de danos graves, como câncer, mutações genéticas ou paradas cardíacas.
Como é gerada uma energização acidental
Um acontecimento imprevisto que envolve a energização pode ter diversas causas diretas. As principais delas são:
Falta de capacidade ou conhecimento técnico
A execução de diversos tipos de tarefas desenvolvidas no ambiente industrial exige perícia. Sendo assim, a incapacidade para exercer algumas funções pode ocasionar erros de manobra, distrações, contatos indesejados com objetos ou sistemas perigosos.
Além disso, é preciso lembrar que todos os profissionais que trabalham em condições insalubres necessitam de treinamento especializado, que lhes garanta a segurança necessária para a execução de seus serviços.
Também é preciso atentar para o âmbito psicossocial do colaborador, já que a insegurança também pode ocasionar a incapacidade técnica. Funcionários com problemas psicológicos ou graves preocupações pessoais podem estar mais vulneráveis ao sofrimento de acidentes do que aqueles que estão mentalmente saudáveis.
Descumprimento de procedimentos básicos
Uma das principais causas de acidente com eletricidade é a negligência aos procedimentos de segurança estabelecidos previamente pela empresa. Algumas delas são a ausência de bloqueios da energização ou a não utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) e EPCs (equipamentos de proteção coletiva).
Os procedimentos de segurança devem ser combinados e esclarecidos antes da execução de qualquer tarefa, pois o profissional deve estar bem orientado (principalmente ao trabalhar em locais desconhecidos).
Contatos acidentais com elementos energizados
A ausência de uma sinalização que alerte os funcionários sobre uma energia perigosa ou uma simples distração podem fazer com que o colaborador sofra uma energização acidental, ao entrar em um local inadequado ou encostar em uma fonte/condutor.
Ocorrência de descargas atmosféricas
A energização também pode ser proveniente de fenômenos naturais. Os raios típicos de dias chuvosos representam grande perigo (principalmente quando de alta intensidade), já que podem atingir pessoas, condutores e até provocar explosões ou incêndios.
Explosões
Curto-circuitos, umidade excessiva e sobrecarga de tensão elétrica são alguns dos motivos que podem ocasionar explosões e gerar danos ao trabalhador. Nesses casos, a energização acidental pode ser proveniente não apenas da eletricidade, mas também do calor gerado pela falha operacional.
Como evitar a energização acidental
O setor responsável pela prevenção e minimização de acidentes é o departamento de saúde e segurança do trabalho. Nele, todos os técnicos, médicos, engenheiros e demais funcionários da empresa têm o objetivo comum de seguir, à risca, as regras previstas nas normas regulamentadoras de segurança e medicina do trabalho.
Conhecimento das normas de segurança
Essas normas de segurança existem para que os técnicos saibam alertar e proteger o funcionário em situações de risco. Geralmente, cada conjunto de regras é vinculado a um tipo de energia diferente.
Como exemplo, existe a NR 10, que implementa medidas de segurança em instalações e serviços de eletricidade. Sendo assim, todo trabalhador que exerce atividades do gênero deve ser seguir as recomendações previstas nessa norma.
Outro exemplo é a NR 12. Trata-se de um conjunto de princípios voltados para garantir a segurança no contato com máquinas e equipamentos. As regras abordam vários tipos de energia (como elétrica, eólica, calorífica, ar comprimido e pressurizado) além de precauções necessárias no trato e manuseio de sistemas energizadores.
Análise de riscos
A análise preliminar de riscos deve ser um procedimento de segurança padrão, que busca a inspeção do ambiente laboral para a identificação de possíveis perigos e a implementação de técnicas que evitem ameaças, prezando pela saúde e bem-estar de todos aqueles que frequentam o ambiente industrial.
Uso correto de EPIs
Segundo a NR 6, é essencial que o empregador forneça aos seus colaboradores, de forma gratuita, todos os equipamentos de proteção necessários para a atuação em funções de risco — e é igualmente obrigatório que os empregados os usem sempre, da maneira correta.
Isso é importante porque os equipamentos de proteção individual e coletiva são a garantia de que a integridade física do trabalhador será mantida o tempo todo. Para isso, essas peças devem ser certificadas, testadas e vistoriadas antes do início de qualquer atividade que apresente a possibilidade de uma energização acidental.
Lockout/Tagout
Os procedimentos de Lockout e Tagout nada mais são do que estratégias de bloqueio físico e etiquetagem informativa de equipamentos ou sistemas energizados, para que o processo produtivo dentro da indústria ocorra sem riscos.
De forma prática, a ação de qualquer das alternativas garante que equipamentos com altos níveis de energia não sejam usados (ou tenham suas funções paralisadas) até que um profissional habilitado autorize o seu funcionamento normal. Dessa forma, processos de manutenção e operações podem ser controlados e garantir a proteção das pessoas naquele ambiente.
Apesar da gravidade das consequências causadas pela energização acidental, é possível prevenir a sua ocorrência com um pouco de atenção e cautela. O papel do profissional de segurança do trabalho também é fundamental para garantir que os trabalhadores estejam sempre saudáveis e se mantenham produtivos.
Se você gostou do post, não deixe de assinar a nossa newsletter e aprender cada vez mais sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho!