O trabalho em altura, ou seja, aquele que é realizado acima de 2 metros do solo, oferece riscos de queda que podem trazer sequelas graves e até fatais ao trabalhador. Por isso, a NR35 apresenta recomendações de segurança para esse tipo de trabalho. Entre as indicações está o uso do travaquedas retrátil.
Como funciona esse equipamento e como utilizá-lo de forma correta? Descubra aqui neste post!
O que é travaquedas retrátil?
O travaquedas retrátil — aparelho que segura o trabalhador, impedindo que ele caia — é um equipamento de proteção individual (EPI) utilizado para trabalhos em alturas, como limpeza e pintura externa de prédios, manutenção de torres de sinal e telhados e atividades com uso de andaimes e escadas.
Consiste em um dispositivo com um sistema retrátil que proporciona maior mobilidade ao trabalhador, permitindo a ele deslocar-se na horizontal ou vertical, sem que haja sobra de cabos ou fitas.
A maior segurança, no entanto, está no seu sistema de freios, que é ativado quando a velocidade de queda chega a 1,4 metro por segundo. Esse travamento rápido evita que se gere uma força de impacto grande demais para ser absorvida pelo corpo.
Esse EPI deve ser utilizado em conjunto com cintos de segurança paraquedista. Esses cintos podem ser utilizados com um travaquedas ou com um talabarte.
O que a NR 35 dispõe sobre esse equipamento?
Segundo a NR 35, o travaquedas deve ser utilizado em conformidade com as orientações das empresas produtoras de cada equipamento. Sendo assim, esse acessório precisa ser compatível com a linha de vida vertical, um conjunto de cordas que, preso ao sistema de ancoragem, permite que o trabalhador se movimente de cima para a baixo com segurança.
Além disso, é fundamental respeitar o cumprimento máximo dos extensores, elementos que conectam o travaquedas ao restante do sistema. Mais uma recomendação da norma sobre esse utilitário é a sua harmonia com a análise de risco obrigatória. Em outras palavras, esse EPI precisa ser adequado às ameaças constatadas no local de atuação em altura.
Ainda de acordo com a NR 35, não apenas o travaquedas como todos os componentes do SPIQ (Sistema de Proteção Individual conta Quedas) devem ser usados levando em conta os seguintes fatores!
Distância de queda livre
A distância de queda livre é a altura da qual um profissional está sujeito a cair, desde o começo de um possível declínio até o primeiro ponto onde houver um bloqueio.
Fator de queda
Trata-se da razão entre a distância de queda livre e o comprimento do talabarte, incluindo todos os conectores. Afora isso, é preciso lembrar de fazer essa conta na mesma unidade de medida para não haver distorções. Quando um fator de queda é zero, as chances de riscos são pequenas.
Perto de 1, esse índice sugere cautela, mais ou menos como um semáforo amarelo significa a necessidade de atenção por pelos motoristas. Já um fator de queda que se aproxima de 2 é considerado de alto risco.
Zona livre de queda
AZQL (Zona Livre de Queda), ainda de acordo com as disposições da NR 35, é a área que abrange o ponto de ancoragem e a barreira inferior mais próxima conta a qual um funcionário pode se chocar durante um declive.
Em outras palavras, o travaquedas, assim como todos os componentes do SPIQ, precisam estar em sintonia com os perigos apontados na análise de risco e também com esses fatores que acabamos de descrever. Só assim haverá um ambiente tranquilo e protegido, com poucas possibilidades de acidentes de trabalho.
Qual é a relevância desse acessório para o trabalho em altura?
Nos últimos anos, o travaquedas está obtendo destaque no mercado como um acessório muito eficaz para garantir a proteção dos funcionários e o conforto no trabalho em altura. Isso porque os deslocamentos são feitos com mais facilidade, sem que o colaborador precise se preocupar em acionar esse dispositivo. Assim, o funcionário pode focar mais atenção na sua atividade principal, o que aumentará a produtividade.
No próximo tópico, no qual abordamos as distinções entre esse acessório e o talabarte, falaremos mais sobre a autonomia de operação do travaquedas. Confira!
Além dos aspectos mencionados, trata-se de um aparelho com muito protagonismo na prevenção de acidentes. Afinal, o número de atividades que dependem de sua utilização é bastante vasto. Por exemplo: obras de construção civil, intervenções em portos, limpeza de prédios urbanos, trabalho em plataformas de petróleo etc.
Qual é a diferença entre talabarte e travaquedas?
Ambos os EPIs oferecem proteção contra quedas. O travaquedas é um equipamento para impedir a quedas, como o próprio nome sugere e já explicamos. Já o talabarte, por sua vez, é um equipamento utilizado para o usuário se mover de um ponto para outro.
Os talabartes são normalmente feitos de fibras sintéticas, de fita, com ganchos em aço. Mas o seu funcionamento depende do trabalhador — isso é conhecido como proteção ativa, quando o usuário tem que tomar a decisão de usar o equipamento.
O travaquedas também pode ser composto de fitas sintéticas, cabos ou cordas, mas é um equipamento mecânico, ou seja, tem sistemas de frenagem, molas e uma série de elementos que funcionam independentemente da atuação do usuário.
Isso significa que o travaquedas “toma” a decisão de forma autônoma. Se entender que o trabalhador está caindo, ele vai frear mesmo sem nenhuma ação do usuário.
Os dois equipamentos podem ser utilizados, mas não simultaneamente. Pela Norma Regulamentadora número 6, o equipamento de proteção individual é cinto de segurança com talabarte ou cinto de segurançacom travaquedas.
Então, os dois fazem parte de um conjunto com o cinto. Não existe um sem o outro, mas os três são diferentes: o cinto envolve o corpo, o talabarte é uma fita, com gancho na ponta, que se conecta aos pontos seguros para o usuário se locomover, e o travaquedas normalmente está em um terceiro ponto, que foi previamente determinado, para reter uma eventual queda.
O equipamento a ser utilizado vai depender da atividade a ser realizada, mas uma coisa é certa: o travaquedas é sempre a melhor opção para deter um declive acidental quando se realiza um trabalho em altura.
Em resumo, o talabarte não é um equipamento projetado para reter uma queda, porém, ele pode fazer isso. Esse equipamento é mais usado para mudar de posição. O travaquedas permite que se vá para várias posições. Se houver queda, o travamento será acionado quase que imediatamente.
Como utilizar o travaquedas retrátil?
Antes de utilizar o equipamento, é necessário testar o sistema de travamento. Para isso, puxe o cabo com força e se certifique de que o freio será acionado. Em seguida, verifique o funcionamento dos conectores oval e dupla trava.
Após instalar um mosquetão ou gancho, abra a rosca do gatilho oval que fica na parte superior do travaquedas e o conecte ao sistema de ancoragem logo acima do usuário.
Já o mosquetão dupla trava, localizado na parte inferior, do equipamento deverá ser conectado ao ponto de ancoragem dorsal do cinto de segurança paraquedista. Por fim, verifique mais uma vez se o sistema de frenagem está funcionamento corretamente.
Após esses procedimentos, é possível iniciar o trabalho. No entanto, é importante salientar que esse equipamento deve ser utilizado por pessoas treinadas, conforme determinação da NR 35. Aliás, ainda neste artigo tem um trecho que traz dados exclusivos sobre a capacitação. Fique de olho!
Como fazer a manutenção do travaquedas e por que é importante?
A manutenção do travaquedas retrátil deve ser realizada conforme as recomendações da NBR 14628, de 2010. É um processo periódico que deve ser feito pelo fabricante ou por outra empresa autorizada por ele.
Para garantir a segurança do trabalho, a inspeção precisa ser feita antes de cada uso e anualmente por um profissional habilitado e autorizado. O resultado desse procedimento deve ser documentado no “Registro de Inspeção e Manutenção”.
Os travaquedas retráteis não são equipamentos inquebráveis, ou seja, se sofrerem a força de uma queda ou se na inspeção for verificado algum problema no sistema, o EPI pode ser descartado e substituído. Essa avaliação do travaquedas retrátil deve ser feita pelo fabricante devidamente capacitado para avaliar a sua condição de uso.
Para garantir a qualidade do produto, o EPI precisa passar pela certificação do Inmetro. Essa manutenção e os demais procedimentos de segurança são essenciais para garantir que equipamento funcione e resguarde a vida do trabalhador em um eventual acidente em alturas.
Como escolher o travaquedas?
Como há vários modelos, de cabo de aço, fitas e cordas, primeiro é preciso analisar a atividade em si. Por exemplo, se o travaquedas vai ficar exposto ao tempo, não se deve utilizar equipamentos de fita, mas sim de cordas resistentes ou equipamentos com cabo de aço. Caso contrário, o processo de manutenção deverá ser mais constante.
Além disso, lembre-se de que existem travaquedas que não são retráteis. O retrátil é aquele que trava de forma automática, como já mencionado. Fique atento ainda ao tamanho da corda ou fita que será necessário para o trabalho.
É dever da empresa fornecer aos seus trabalhadores os EPIs essenciais para garantir sua integridade e segurança na realização dos seus serviços. O travaquedas é, sem dúvida, um dos equipamentos mais importantes e eficientes nesse sentido.
Quais os tipos de aparelhos mais modernos no mercado?
Além do modelo adequado a cada atividade, é crucial pensar na qualidade desses itens. Para garantir total eficiência, é bom procurar fornecedores de travaquedas com expertise no trabalho em altura. Nesse sentido, prefira companhias que tenham larga experiência em proteger pessoas, meio ambiente e instalações. Vamos a alguns exemplos de travaquedas disponíveis no mercado!
- travaquedas Linha CTGS: conta com elevada resistência a forças mecânicas e também a mudanças climáticas, como chuvas, ventos e altas temperaturas;
- travaquedas Linha CTWB: oferece olhal de ancoragem com destorcedor e ganho de conexão dupla trava com indicadores de sobrecargas;
- travaquedas Linha HWS: produzido com tecnologia alemã, tal acessório oferece uma robustez mecânica acima da média, além de contar com elevadíssimo padrão de controle de qualidade em sua fabricação.
Quais as consequências de não usar o travaquedas corretamente?
Muitos gestores da segurança do trabalho temem ser responsabilizados por negligência ou imprudência. Esse receio tem seus motivos, uma vez que acidentes por descumprimento da lei e de normas realmente podem acabar na Justiça. Isso pode trazer problemas também para a empresa.
Nesse sentido, para que esse acessório opere de forma correta e realmente garanta a segurança dos trabalhadores, é fundamental tomar alguns cuidados em sua utilização. Do contrário, pode haver graves consequências: interdições, multas, processos judiciais, danos à imagem corporativa, entre outros.
E há efeitos ainda mais críticos, como a suspensão inerte, lesões graves e até mesmo eventuais mortes de funcionários. Para evitar que isso aconteça, confira quais são os erros mais comuns no uso do travaquedas:
- não conferir o aparelho: antes de sair do solo, é preciso verificar se o travaquedas está devidamente encaixado na corda ou cabo de aço e se o sistema de travamento opera com normalidade;
- dividir o acessório com outra pessoa: esse dispositivo, como já dissemos, é um Equipamento de Proteção Individual. Por esse motivo, ele não foi projetado para mais de um usuário;
- fazer averiguações já no alto: não se deve deixar para testar o acessório já em altura elevada, já que isso aumenta as chances de queda;
- ausência de manutenção: de tempos em tempos, esses dispositivos precisam passar por intervenções de manutenção, como já explicamos, mas infelizmente muitas empresas não providenciam tais cuidados.
Como são realizados a capacitação e o treinamento?
Para trabalhar em altura, os profissionais têm de passar por uma rigorosa preparação. Nesse programa de qualificação, o funcionário aprenderá não apenas a usar o travaquedas como todos os equipamentos envolvidos nessa atividade.
As empresas são obrigadas a oferecer o treinamento a cada dois anos ou toda vez que houver mudanças nas condições de trabalho. Quando o trabalhador ficar afastado por mais de 90 dias, ele deve repetir todos os procedimentos de instrução.
A carga horária do curso é de no mínimo oito horas e deve oferecer informações teóricas e práticas. Veja abaixo os ensinamentos indispensáveis:
- conhecimento de normas e regulamentos que englobem o trabalho em altura;
- avaliação dos perigos e das condições impeditivas;
- conteúdo sobre todos os riscos do trabalho em altura e suas respectivas iniciativas de precaução;
- informações sobre aparelhos e procedimentos individuais e coletivos;
- dados sobre como guardar e inspecionar os EPIs;
- aulas sobre quais são os acidentes em altura mais frequentes;
- como agir em circunstâncias emergenciais.
Como você já deve ter percebido, o travaquedas é uma peça-chave para a segurança no trabalho em altura. Por isso, é indispensável adquirir aparelhos de boa procedência. Com esses cuidados, você vai afastar os acidentes e deixar seu time afiado nas medidas preventivas.
Gostou do texto? Quer saber mais sobre esse e outros equipamentos nesse tipo de atividade? Então conheça nossas opções de travaquedas, cintos e talabartes!