A segurança do trabalho é uma área muito delicada, não é mesmo? Afinal de contas, um erro pode custar vidas. Além disso, deslizes podem resultar em autuações, multas e processos judiciais. Nesse sentido, cabe perguntar: você está seguro de que seu plano de resgate e seu plano de emergência estão em dia? Ficou em dúvida?
Não se preocupe. O mais importante é entender que os dois tipos de planos são diferentes e obrigatórios em muitas situações na rotina industrial. Os planos de resgates têm caráter reativo, isto é, seu objetivo é orientar como agir depois que um evento já aconteceu para amenizar os danos. Já os planos de emergências são feitos para evitar situações de risco.
Ficou interessado? Neste post, vamos recordar a diferença entre eles e dar dicas sobre como atualizar esses tão importantes procedimentos de prevenção a acidentes de trabalho. Confira!
Entenda o que é o plano de emergência
Algumas empresas, pela natureza do que produzem ou trabalham, estão sob riscos constantes. Imagine um trabalhador que precisa subir em uma torre ou antena? E os profissionais que limpam ou consertam telhados? Há ainda pessoas que trabalham em lugares com alta probabilidade de incidência de choques elétricos, quedas, incêndios etc.
Para cada tipo de risco, a legislação obriga que as empresas elaborem projetos tanto para socorrer as pessoas quanto para evitar que esses perigos se transformem em fatos. No caso de trabalho em altura, por exemplo, o Ministério do Trabalho obriga a cumprir uma série de medidas quando a atividade acontece acima de dois metros do solo.
Os planos de emergência reúnem os procedimentos que devem ser adotados no dia a dia para amenizar a exposição dos profissionais a essas ameaças. Por essa razão, eles são considerados como um dos principais instrumentos para uma gestão eficaz da segurança do trabalho.
Desse modo, para cada natureza de perigo, são traçadas estratégias diferentes, como manutenções periódicas, uso adequado de equipamentos, capacitação de trabalhadores etc.
Vamos para exemplos práticos? Para lugares com risco de choques, por exemplo, é preciso cumprir a NR-10 (Norma Regulamentadora para serviços em eletricidade), que indica atitudes necessárias para instalar, desativar e fazer a manutenção de sistemas elétricos.
Entre as mais diversas requisições desse documento, está a realização de um curso de oito horas sobre esse tema, formação que a empresa deve fornecer ao trabalhador. A NR-10 também obriga as indústrias a fornecerem aulas de reciclagem anuais para quem está exposto à alta-tensão.
Já o trabalho em altura é regulamentado pela NR-35 , que, entre outras obrigações, requer no plano de emergência do empregador uma análise prévia dos riscos, além de vários tipos de equipamentos de proteção, como cintos de segurança e talabartes, sendo que todos eles devem passar por manutenção periódica.
Para as atividades em espaços confinados com risco de explosão de gases ou produtos químicos, as companhias têm de atender às exigências da NR-33. Por esse motivo, em seus planos de emergência, é necessário incluir uma sinalização adequada no local, um isolamento para evitar a entrada de estranhos, saídas emergenciais, equipamentos para medir as condições do ar no ambiente, entre outras providências.
Aprenda a elaborar um plano de emergência
O primeiro passo é mapear a área predial e a área externa da empresa para identificar todos os riscos ambientais e operacionais. Desse modo, estude as NRs que envolvem seu local de trabalho e as características de suas atividades.
Liste todos os perigos encontrados, como ambientes tóxicos ou asfixiantes, locais com altura elevada, equipamentos de alta-tensão etc. Veja um pequeno roteiro de como proceder:
- faça um mapa de toda a área e aponte quais são os pontos vulneráveis em cada uma delas, seguindo as orientações da NR-05, que trata da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes);
- defina as ações necessárias para capacitar as pessoas: atendimento pré-hospitalar, brigada de incêndios, cursos, simulações e assim por diante;
- institua um cronograma para reposição de peças e manutenções preventivas;
- informe aos funcionários do departamento de RH (Recursos Humanos) sobre todos os equipamentos necessários que a empresa ainda não dispõe, assim como qualquer outra infraestrutura essencial;
- monte calendários para exercícios e treinamentos rotineiros.
Saiba o que é o plano de resgate
Nem sempre as políticas de prevenção são suficientes para afastar as eventualidades no trabalho. Por esse motivo, a lei também prevê que as empresas elaborem um plano de resgate para situações em que o acidente já aconteceu. Nesse caso, o objetivo é sempre reduzir os danos.
Um trabalhador que sofre uma queda em altura elevada e fica muito tempo suspenso pelo cinto, por exemplo, pode sofrer fraturas e ter problemas para respirar. Assim, é necessário ter um cronograma prévio sobre o que fazer para retirá-lo de lá o mais rápido possível. Vale lembrar que não basta estabelecer esses planos. Também são obrigatórios os treinamentos e os testes.
Outro exemplo: imagine que um profissional desmaie depois de sofrer uma energização acidental durante seu turno. É vital ter noção de como proceder para providenciar o salvamento imediato e evitar que os danos aumentem. Por essa razão, o plano de resgate e de emergência são fundamentais para garantir a segurança no trabalho.
Veja como montar um plano de resgate
Baseado no levantamento de riscos que você fez durante a elaboração do plano de emergência, você deve equipar cada ambiente com os acessórios necessários para o atendimento rápido. Macas, materiais de primeiros socorros, tubos de oxigênio, extintores, entre outros.
Assim como no caso dos planos preventivos, as ações necessárias para o resgate mudarão de acordo com o tipo de acidente. Confira as legislações específicas para cada caso. Logo a seguir, você confere um miniguia geral de como agir. Acompanhe:
- mantenha todos os equipamentos necessários para cada tipo de resgate acessíveis e próximos;
- deixe bem visível no ambiente sob ameaça o telefone do Corpo de Bombeiros e as instruções de como acionar os alarmes;
- estabeleça rotas de fuga e saídas emergenciais;
- saiba quais são os hospitais mais próximos da fábrica e que tipo de atendimento eles realizam;
- garanta que haja na equipe profissionais capacitados para estabilizar o paciente nos primeiros 15 minutos depois de uma eventualidade, até que o trabalhador receba o atendimento médico;
- providencie simulações e treinamentos constantes.
Como você pôde notar, um plano de emergência e um plano de resgate são indispensáveis na segurança do trabalho. Ao colocar esses projetos em prática, o líder conquista vários ganhos: conscientiza os funcionários, reduz os acidentes e indica bons equipamentos. Além disso, fica bem com a direção da empresa, já que vai identificar e afastar as chances de prejuízos.
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Excelente material para pesquisa para o profissional que atua na área de segurança do trabalho.
Parabéns.