Por que hoje tantas empresas se questionam o que é a segurança do trabalho e como ela pode impactar em diferentes cenários dentro de uma estrutura organizacional? A resposta é simples, o colaborador é seu bem mais valioso, cuidar deste tema é planejar e garantir que a empresa siga normas, padrões e processos organizacionais.
Muito mais que avaliação do ambiente de trabalho ou realizar manutenção em equipamentos. É preciso proporcionar espaço salubre, que ofereça condições físicas, mentais e emocionais para a produtividade do trabalho.
A preocupação constante com o assunto não é para menos. Por exemplo, a empresa Capita People Solutions levantou que 45% dos colaboradores pensam em deixar o emprego em decorrência do clima organizacional. Ou seja, tais fatores podem levar a perda de talentos!
Em relação a questões físicas e a própria vida, os números são mais assustadores. No Brasil, no último ano, foram registrados cerca de 700 mil acidentes e a cada 3 horas e 40 minutos, um funcionário vem a óbito, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Então, o que pode ser feito para garantir a segurança do trabalho? Se você deseja entender mais a respeito desse assunto, continue a leitura do artigo e veja tudo o que precisa entender!
1. O que é segurança do trabalho?
Quando falamos deste assunto, estamos abordando um tema muito mais complexo do que parece ser. A segurança do trabalho é um grande pilar das organizações que visa garantir que um trabalhador de sinta bem, fisicamente e mentalmente, para realizar suas atividades profissionais.
São diferentes medidas que tange diferentes temas como segurança, higiene, legislação, psicologia e treinamento, normas técnicas, responsabilidade legal, ergonomia, iluminação e diversas outras.
De maneira prática, podemos exemplificar o assunto. Os acidentes de trabalho ocorrem quando alguma norma técnica ou procedimento operacional deixou de ser cumprido. Assim, o conceito de segurança de trabalho envolve entender o que levou o fato acontecer e o que poderá ser feito para cuidar da saúde daquele colaborador , evitando que novos incidentes ocorram.
Além disso, a existência desse tipo de problema, quando recorrente, proporcionam uma série de questões que envolvem a satisfação de trabalho, clima organizacional, baixa produtividade e até mesmo, perda de colaboradores essenciais.
Sendo assim, é da grande importância que líderes e gestores das empresas avaliarem os locais de trabalho e desenvolver políticas que os possibilitem progredir os pilares de segurança do trabalho e evitar diferentes obstáculos no caminho do desenvolvimento organizacional.
2. Como a segurança do trabalho ajuda a prevenir acidentes?
Como adiantado anteriormente, a segurança do trabalho envolve diferentes assuntos que tem como um objetivo principal: cuidar de seus colaboradores. E tal preocupação, além de ser algo natural dentro das empresas, são prometidos por leis e normas técnicas que contam com mesmo propósito.
Assim, com a implantação de políticas que visam garantir a segurança do trabalho, a redução de acidentes são consequência bem-vistas e geradas. A CIPA, também conhecida como Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, é um ótimo exemplo para o assunto que estamos abordado. Ela é assegurada pela Norma Regulamentadora 05.
Entre os princípios da segurança do trabalho está a transparência com todos. É importante garantir que todos conheçam os riscos existentes e quais são os fatores para mitigá-los, mas é uma excelente maneira para demonstrar como os gestores estão buscando evitar que acidentes aconteçam.
3. Qual a importância do uso dos equipamentos de proteção?
Apesar de existirem diferentes dipositivos para implementação da segurança no trabalho, como a CIPA e também o SESMT, que é o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho, ambos reúnem diferentes tipos de especialistas que tem como intuito garantir a segurança do trabalho na organização, também temos uma importante prática para o tema.
Os equipamentos de proteção individual, os EPI’s, são instrumentos utilizados por diferentes profissionais que os protegem de qualquer risco iminente. Os EPI’s agem em vários níveis de risco, seja ele baixo até alto.
Eles são tão importantes que a falta de seu uso são uma das principais causas que levam colaboradores a sofrerem acidentes. E é justamente por sua relevância que a Lei n.º 6.514/77 da CLT torna obrigatório o seu uso.
É de responsabilidade do empregador oferecer todos os EPIs que são necessários para as atividades de trabalho, em quantidade suficiente para todos e, quando necessário realizar substituições ou reparos, garantindo o uso com eficiência.
Na Lei, também fica expresso a proibição de descontar, de alguma maneira, o valor referente ao EPI, independentemente da quantidade que seja necessário. O empregador tem direito de cobrar apenas diante do mau uso dos equipamentos.
A Lei tem como intuito criar estratégias de treinamento e conscientização dos colaboradores para que eles consigam enxergar nas possibilidades de acidentes e o que as entidades envolvidas — eles e empresas — podem realizar para evitá-los.
Ainda sobre a legislação, ela tem como objetivo garantir que as empresas instiguem seus profissionais de trabalho e também resguardam para aplicação de advertência em caso de não uso. Entretanto, também responsabilidade realizar a CIPA que reforçará a importância do uso do material.
A Lei também regulamenta o processo de fabricação dos equipamentos de proteção, garantindo que eles estejam conforme as normas técnicas de cada um dos itens. Outro item que é acompanhado dentro da lei é a forma como eles são comercializados.
É obrigatório que eles contenham certificação adequada, que garante ao usuário proteção e qualidade para utilização com segurança. Sendo assim, é fundamental que as empresas, ao adquirirem os equipamentos, analisem de estão em conformidade com a Legislação nacional vigente.
Em caso de descumprimento podem ser aplicadas multas e até mesmo o encerramento temporário — ou não — das atividades no local. Os valores de multas variam de 3 a 30 salários-mínimos! Assim, fica como dever das empresas fornecer o equipamento, como fiscalizar que seus funcionários façam o uso.
4. Quais os principais equipamentos de proteção individual?
Os equipamentos de proteção individual são itens que são utilizados dentro de indústrias, construção civil e empresas com objetivos de proteger os usuários e evitar que acidentes ocorram, e coloquem em risco a vida dos colaboradores.
Por exemplo, é considerado trabalho em altura o realizado a partir de 2,00 m do nível inferior, ou seja, é possível que o empregado corra risco de queda durante sua atividade laboral. Nesse caso, é necessário que a pessoa que tiver nessa situação, utilizar equipamentos para sua proteção.
Outra situação em que eles se fazem extremamente necessários são em áreas potencilamente explosivas. Nesse caso, é necessários que faça utilização de equipamentos especiais, como insufladores de ar à prova de explosão.
Como eles podem ser usados em diferentes atividades, os EPI’s são encontrados em várias formas diferentes dentro do mercado. Para que você conheça, neste artigo listamos hoje quais são os mais comuns no mercado, confira:
Protetores de Cabeça
Um dos maiores riscos existentes é a região do crânio. Impactos mais agressivos podem levar a morte instantaneamente. Para isso, é recomendado equipamentos de proteção individual, como capacetes.
Eles são essenciais em situações como choques mecânicos, impactos com objetos ou queda de desníveis e alturas. A falta de seu uso pode ser fatal em determinados cenários.
A opção com aba frontal é muito utilizada na construção civil, protege a cabeça contra choques elétricos e impactos nela também.
Quando o EPI é com a aba total na face do usuário, a proteção é normalmente para ativiades elétricas e agentes meteorológicos. No caso, as abas impedem que peças elétricas energizadas encostem no rosto. Já o capacete com a aba frontal e viseira é indicado em situações de alta temperatura e com risco de explosão.
Proteção das mãos e membros superiores
Essa parte do corpo é uma das mais propensas a sofrer algum acidente, isso porque as utilizamos frequentemente para exercer nossas atividades. Em decorrência disso, é necessário que sejam protegidas com os equipamentos de proteção.
As luvas são os itens mais frequentes e são utilizados em diferentes contextos. As isolantes de borrachas são as mais indicadas para os profissionais que trabalham com circuitos elétricos.
Materiais abrasivos e escoriantes são protegidos com luvas mistas, compostas por raspa e vaqueta. Já o manuseio de produtos químicos e biológicos requerer luvas de borracha nitrílica. Outra muito comum é a de PVC, para tratar óleos e solventes.
Ainda sobre esse último material, mangas e punhos de PVC também são utilizados para mesma situação, mas oferecem maior proteção a outros níveis de exposição.
Proteção de pés e membros inferiores
Não muito diferente, pés e pernas também precisam ser protegidos! Alguns exemplos frequentes de EPI para esse caso são: botinas de borracha, botas de couro com cano baixo ou médio e perneiras de segurança.
Os principais agentes que demandam esses equipamentos são elementos químicos que em contato na pele podem causar desde alergias e até mesmo queimaduras. Assim como as luvas, botas podem evitar descargas elétricas no corpo do trabalhador.
As perneiras de segurança já são mais indicadas para colaboradores que realizam atividades laborais com presença de animais peçonhentos, como aranhas e escorpiões.
Protetores auditivos
Um dos EPI’s mais comuns são os protetores de ouvidos e pode ser o primeiro relacionamento que fazemos quando tocamos no assunto. Além de conseguir abafar ruídos, conseguem proteger a audição dos trabalhadores, como locais com possíveis explosões.
Os protetores articulares são divididos em dois tipos: tipo concha e tipo plug. Cada um deles podem proteger entre 15 a 21 decibéis (na média). O primeiro tipo é parecido com headphones utilizado por usuários de computadores e podem ser acoplados a capacetes. locais com possíveis explosões. Já o segundo se assemelha a simples fones de ouvido.
Protetores respiratórios
Um outro tipo de equipamento de proteção individual indispensável são os protetores respiratórios. A falta da utilização deste item é grave e pode levar a morte dos colaboradores em caso da sua ausência.
Dentro desta categoria estão itens como filtros de ar, respiradores e máscaras de proteção. Uma das suas principais aplicabilidades são em locais com gases nocivos, que podem levar a intoxicação. Outros casos são névoas , vapores e particulados em suspensão.
Protetores em Áreas Explosivas
Além disso, uma outra importante utilização desses equipamentos são em áreas potencilamente explosivas. Os espaços confinados necessitam que o fluxo de ventilação sejam filtrados, evitando reações químicas que levam a explosão
Em decorrência desse cenário, é fundamental trabalhar com sistemas de ventilação, reduzindo as substâncias tóxicas presentes em espaços sem saída de ar. Regulamentação presente na NR-33 e NBR 16.577/2017, as empresas que realizam atividades nesses tipos de locais têm obrigação de fornecer o EPI com selo de qualidade do INMETRO.
Além de fazer o trabalho de eliminar a substâncias nocivas no ambiente, o sistema de ventilação tem como intuito fazer a manutenção do oxigênio do ar, o que facilita a respiração dos colaboradores. Na asfixia em questão, uma série de fatores podem gerar além da falta de ar, como fadiga, cansaço, queda de pressão, vertigens, desmaios e até mesmo o óbito.
5. Em quais situações os equipamentos devem ser usados?
De forma conceitual, todo equipamento de proteção individual ou de proteção coletiva, é necessário que colaboradores usem quando sua saúde é colocada em risco, independentemente do nível em questão.
São diversos tipos que ele é necessário, principalmente em decorrência da diversidade de atividades ergonômicas existentes no mercado. O setor de construção civil lidera a lista do tipo de trabalho que mais demanda o uso. Equipamentos como capacetes, testeiras, óculos, protetores articulares.
Os equipamentos chamados linha de vida também são utilizados nesse setor, no entanto, sua aplicação é necessária em toda situação que envolva atividades de altura. Nesse caso, qualquer atividade que tire o colaborador da sua altura para o piso.
Algumas outras profissões demandam o uso dos equipamentos. O setor de mineração, por exemplo, está na lista dos acidentes de trabalho. Isso porque além de envolver explosões e locais confinados, está relacionado ambientes de alta temperatura e com pouca ventilação.
O contato de alguns tipos de ferramentas com gases tóxicos levam a explosões. Nesse contexto, o equipamento mais recomendado são os sistemas de ventilação que eliminar as substâncias que geram reações químicas. Os exaustores e insufladores realizam o trabalho de renovação da atmosfera no ambiente confinado.
Existem profissões voltadas para indústria que exigem grandes cuidados por parte da empresa, como dos próprios funcionários. Indústrias químicas requer além de luvas, botas e respiradores, também necessitam de roupas especiais que evitem ao máximo a contaminação com substâncias nocivas e também cremes protetores, capuz, máscara e avental.
Ainda na indústria, temos casos de trabalho que envolvam grandes temperaturas e por isso exigem equipamentos específicos de proteção, como luvas, botas e protetores oculares específicos.
Existem ainda diversos cenários diferentes que exigem o uso de cada um dos protetores individuais. Para cada um, existe uma norma regulamentadora que determina o que é necessário. Além de contextualizar o uso dos equipamentos, as normas também reforçam a necessidade do uso de equipamentos com certificações específicas para cada um dos casos.
6. Por que essa certificação é importante?
A certificação é um dos principais pontos que empresas devem avaliar antes de fazer a compra de qualquer equipamento de segurança. Isso porque esses objetos quando apresentam validação, recebem garantia que foram produzidos com todos os critérios previstos nas normas de cada um dos segmentos envolvidos.
Para que as indústrias do setor de fabricação de equipamentos de proteção individual possam comercializá-los, é necessário que elas contenham a Certificação de Aprovação (CA), conforme Portaria n° 25, de outubro de 2001.
Esse certificado de numeração, emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no intuito de avaliar a qualidade e a eficácia dos EPI’s. Essa numeração é a forma dos INMETRO garantir que o equipamento ofereça a proteção esperada pelas empresas que devem fazer o seu uso.
O Certificado de Aprovação é fundamental tanto para fabricantes quanto para empregadores, trabalhadores e distribuidoras para garantir que o EPI foi testado e aprovado dentro dos parâmetros normativos de segurança previstos pelos órgãos regulamentadores do Brasil.
A indústria produtora deve garantir e comprovar que o item tenha sido produzido em conformidade com as exigências do DGSST/SIT, conhecido também como Departamento Geral de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Governo Federal.
Essa indústria deve propiciar a eficiência máxima de proteção sem deixar o de avaliar o nível de conforto e facilidade e prontidão. A concepção deve propiciar o nível mais alto de proteção, promover conforto e facilidade de uso.
7. Como funciona a certificação do INMETRO?
Hoje todas os equipamentos de proteção, seja ela individual ou coletiva, necessitam de uma série de validações normativas nacionais para garantir que ele esteja em conformidade para seu uso. Entre as certificações nacionais vigentes, está a certificação do INMETRO ( Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Esse tipo de certificação é indispensável para empresas que se preocupam com a qualidade do material que será comprado.
O Programa de Avaliação de Conformidade (PAC) é um acordo realizado em 2007 entre o antigo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com INMETRO. Dentro dele, existe uma série de regras e requisitos a serem avaliados para entender o grau de confiança dos equipamentos de proteção.
A validade do CA fica dependente aos EPI’s que são vinculados ao sistema do INMETRO, nesse caso, o PAC. Todos os equipamentos submetidos a certificação INMETRO servem como pré-requisito para que o EPI possa obter o CA emitido pelo governo federal.
Todavia, não são todos o EPIs que fazem parte deste sistema de certificação. É necessário estar dentro da regulamentação de avaliação de conformidade, que é um item obrigatório.
Entre os equipamentos que fazem parte desse sistema, são:
- capacetes de segurança com aplicação dentro do cenário industrial;
- luvas isolantes de borracha;
- luvas de procedimento cirúrgico;
- luvas de procedimento não-cirúrgico;
- peças semifaciais filtrantes por partículas (PFF);
- calçados de borracha;
- cinturões de segurança;
- dispositivos trava-quedas;
- talabarte de segurança.
Dessa maneira, é fundamental que possamos avaliar quais são as empresas no Brasil que oferecem esse tipo de equipamentos dentro dos requisitos em questão. Os equipamentos de proteção que não estão com prazo de validade adequado no sistema INMETRO são passíveis de aplicação de multa para a empresa que for identificada oferecendo esse tipo de produto não conforme.
8. Certificações internacionais são um diferencial?
Além da certificação de aprovação (CA) e sistema de avaliação INMETRO, existem equipamentos que oferecem certificações internacionais. Entretanto, esse é um tema que deve ser avaliado e pode gerar problemas futuros, caso seja ignorado.
Cada país possui seu sistema interno de certificação de equipamentos de segurança e o Brasil também possui o seu. Entretanto, a certificação dos equipamentos, caso não contenha a validação de nenhum dos modelos de aprovação nacional, está desabilitado para seu uso.
Por exemplo, se você adquiriu um trava quedas retrátil cuja produção tenha sido no Canadá, por mais que ela seja um produto de ótima qualidade e proteção aos usuários, é necessário que ele tenha a Certificação de Aprovação brasileira (CA).
É muito importante que estejamos atentos a essas questões, afinal, os equipamentos de proteção estão aqui para garantir que não exista nenhuma situação que coloque em risco a vida dos colaboradores de uma empresa. Essa preocupação inclui, inclusive, a certificação do equipamentos!
Hoje é muito difícil que empresas ( principalemente as indústrias ) operem sem colocar entre suas rotinas ligadas à segurança do trabalho. Este é um tema fundamental para aquelas que enxergam seus colaboradores como um dos bem mais valiosos, o capital humano.
Agora que você está por dentro deste tema, compartilhe o texto para que mais pessoas saibam a importância dele e implementem nas suas empresas.