A Norma Regulamentadora Nº 33 (NR-33) considera espaços confinados os locais fechados com presença de gases ou baixas concentrações de oxigênio. Para atividades em ambientes nessas condições, é indispensável a utilização de equipamentos para espaço confinado.
Esses equipamentos visam à segurança do trabalhador durante a operação nesses ambientes. Nesse sentido, são essenciais para garantir tanto a qualidade do ar respirável como a segurança na sustentação do trabalhador em uma possível queda durante a atividade.
Continue a leitura e conheça seis principais equipamentos para espaço confinado e como usá-los.
1. Insuflador de ar
Como é fácil perceber, a presença de ar limpo e respirável é indispensável para se conduzir atividades em ambiente confinado de forma segura. Na impossibilidade da garantia desse ar limpo, o conjunto autônomo fará o suprimento necessário, como foi visto.
Insuflar ar limpo do ambiente externo para o local confinado onde será realizada a operação ajuda a manter adequados os níveis de oxigênio respirável. Ao mesmo tempo, auxilia na expulsão de gases tóxicos ou inflamáveis que estejam presentes no local.
Assim, o insuflador de ar força a entrada de ar puro, transportado por tubulações condutoras, por meio de um potente ventilador do lado de fora. A entrada forçada de ar novo expulsa o ar contaminado presente. Esse trabalho do insuflador é complementado pelo exaustor, como vamos explicar a seguir.
2. Exaustor
Assim como o insuflador de ar, o exaustor é um equipamento básico; e ambos costumam ser empregados sempre que pertinente nos trabalhos em espaço confinado. O exaustor tem importante papel na retirada de poeiras, gases e outros contaminantes porventura presentes no ar do ambiente onde se vai operar.
Portanto, o exaustor opera no sentido inverso do insuflador, retirando o ar do ambiente confinado e levando-o para o exterior. A renovação do ar do ambiente confinado se torna mais eficiente quando os dois sistemas estão disponíveis e podem ser combinados.
A utilização de um sistema ou outro, ou mesmo sua combinação, é definida por meio da Análise Preliminar de Risco (APR), assim como da Permissão de Entrada e Trabalho (PET). Além disso, devem ser previstos a forma de conduzir a operação e o dimensionamento dos equipamentos que serão empregados.
3. Trava-quedas e guincho
Embora a maior parte do equipamento utilizado para o trabalho em áreas confinadas esteja voltada para a garantia de disponibilidade de ar respirável, a segurança no acesso e resgate do trabalhador também é indispensável. Para esse fim, existe o guicho resgatador com trava-quedas.
Assim, em caso de queda, o operador estará seguro por meio de um dispositivo que impede a continuidade do movimento de queda. O equipamento trava-quedas, como indicado pelo próprio nome, serve para frear o movimento após o deslocamento em distância vertical mínima e impedir que o profissional caia.
Além disso, garante a sustentação suspensa do operador após uma ocorrência de travamento, evitando qualquer dano. O guincho, por sua vez, é projetado para situações que venham a exigir resgate no espaço confinado, podendo ser integrado ao dispositivo trava-quedas.
4. Detector de gases
Um dos maiores problemas em um ambiente confinado é a existência de gases no ar local, que podem representar um perigo para quem for operar nesse espaço. Desse modo, para uma adequada gestão do risco existente, é preciso ser capaz de identificar sua presença e medir sua concentração.
Para esse fim, são empregados os detectores de gases, equipamentos de tecnologia capazes de sinalizar e quantificar a concentração de gases no ar. Nesse sentido, níveis elevados para uma condição de segurança do trabalhador acionam indicadores por meio de luzes, sons ou uma combinação de sinais.
Esses detectores de gases estão disponíveis no mercado na forma portátil transportada com o operador, ou no modelo fixo, instalado no ambiente. Basicamente, são classificados em detectores de gases tóxicos e detectores de gases inflamáveis, e sua utilização pode se dar em áreas pequenas ou constituírem um sistema maior de proteção.
5. Conjunto autônomo de ar
O conjunto autônomo de ar é um equipamento individual que atua como complemento de segurança ou como solução para operar em ambientes com deficit de oxigênio ou presença de gases tóxicos. Assim equipado, o operador dispõe de um tempo de autonomia de deslocamento, pois leva consigo o ar de que necessita.
O principal componente do conjunto autônomo é o cilindro de ar respirável comprimido. De modo geral, esse equipamento de segurança é composto essencialmente dos seguintes elementos:
- máscara completa ou peça facial inteira;
- válvula para controle da demanda de ar;
- suporte costal com um redutor de pressão;
- manômetro;
- cilindro de ar comprimido.
Durante sua utilização, o operador deve frequentemente verificar no manômetro a pressão de ar existente, ou seja, quanto ainda pode contar de tempo para uso do equipamento. A autonomia concedida pelo conjunto varia em função de fatores como:
- intensidade da demanda respiratória: uma situação de repouso consome menos ar, enquanto durante um esforço intenso a respiração ofegante consome mais;
- volume do cilindro: cilindros maiores possuem maior capacidade;
- pressão de recarga de ar utilizada: quanto de ar foi fornecido no reabastecimento do cilindro.
Quanto à autonomia de trabalho, de maneira geral, pode-se considerar em média um tempo de consumo entre 30 e 60 minutos. Situações de trabalho menos intenso e com suprimento de ar sob demanda podem alcançar até duas horas de autonomia ou mais.
6. EPIs aplicáveis ao trabalho em espaço confinado
Um post sobre equipamentos para espaço confinado não poderia deixar de incluir os equipamentos de proteção individual (EPIs) pertinentes e necessários para trabalhar nessas condições. Nesse sentido, devem ser considerados os diferentes tipos de atividades que podem estar envolvidas na operação.
Entre essas atividades, são relevantes as operações realizadas em ambientes como:
- redes e tubulações;
- galerias;
- túneis;
- tanques e reservatórios;
- silos.
Desse modo, considerando as características de cada ambiente, podemos destacar como indispensáveis os seguintes EPIs:
- capacete de segurança;
- óculos de segurança;
- calçado fechado;
- respiradores;
- cinto de segurança;
- luvas de segurança.
Como você pôde ver, os equipamentos para espaço confinado são indispensáveis, principalmente porque atuam sobre a qualidade do ar respirável para o trabalhador no local e sobre os riscos de incêndio e explosões. Complementando esses equipamentos, devem ser considerados ainda os EPIs aplicáveis ao tipo de atividade.
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