Em certas circunstâncias laborais, como é o caso dos trabalhos em espaços confinados, se torna inviável a utilização de equipamentos elétricos comuns devido à possibilidade de que os mesmos gerem faíscas elétricas das quais uma explosão possa derivar.
Para situações em que ferramentas normais oferecem tal risco, existe uma categoria de aparelhos desenvolvidos, justamente, para prevenir esse tipo de acidente potencialmente catastrófico: os equipamentos elétricos à prova de explosão — também conhecidos como equipamentos EX ou EX-d.
Se você quer descobrir o que caracteriza um equipamento como EX, quais as exigências em termos de certificados para esses equipamentos e em quais circunstâncias eles são essenciais para prevenção de acidentes, continue acompanhando este texto.
Quando os equipamentos elétricos à prova de explosão são necessários?
Existem ambientes de trabalho cujas circunstâncias imediatas implicam sérios riscos para as vidas dos trabalhadores. Dentre tais espaços estão aqueles que têm as chamadas atmosferas explosivas.
Essas, por sua vez, ocorrem em lugares nos quais há liberação de substâncias químicas inflamáveis no ar — seja na forma de gás, vapor ou poeira — e, sendo assim, o risco de explosão existe e é sensível. Se, além da liberação de substâncias, ainda houver retenção ou dificuldade de circulação do ar, esse risco se potencializa, colocando os trabalhadores do local em sério perigo.
Tal qualidade espacial — tão característica dos chamados espaços confinados — não é incomum em ambientes industriais, em particular de setores como o da mineração, o do petróleo/gás e petroquímico.
Frente a esse fato, e também à potencial geração de faíscas por aparelhos elétricos normais, foram desenvolvidos equipamentos que têm a capacidade de prover segurança aos trabalhadores mesmo em locais de atmosfera explosiva, principalemnte os espaços confinados em atendimento a NR 33.
Sendo assim, se é necessário acender uma luz, ligar um exaustor, um ventilador ou qualquer outro aparelho elétrico em algum lugar com traços de substâncias químicas perigosas em quantidades significativas no ar, se faz fundamental que tais equipamentos utilizados sejam certificados como sendo à prova de explosão.
Qual a diferença dos equipamentos EX para os equipamentos comuns?
Os equipamentos elétricos à prova de explosão se diferenciam de equipamentos comuns de uso cotidiano por terem um “invólucro no qual as partes que podem causar uma ignição em uma atmosfera explosiva são confinadas e que pode suportar a pressão desenvolvida durante uma explosão interna de uma mistura explosiva, e que impeça a transmissão da explosão ao redor do invólucro” — de acordo com o texto da NBR 60079-1 da ABNT.
Ou seja, ainda que o equipamento elétrico à prova de explosão caia no chão e, por exemplo, uma lâmpada se quebre, quaisquer faíscas decorrentes desse acidente não terão contato direto com a atmosfera explosiva, mantendo os trabalhadores presentes no espaço, bem como a estrutura local, a salvo.
Tampouco o calor dado da explosão terá oportunidade de entrar em contato com o ar. Isso porque, após uma explosão interna, os dispositivos EX têm um caminho longo pelo qual o ar quente precisará passar antes de ser liberado (interstício). Dessa forma, força-se o ar a circular por meio do invólucro por um tempo mais longo, permitindo que o calor se dissipe, impedindo a troca térmica do ar quente diretamente com a atmosfera explosiva que pode ser uma fonte de ignição.
Logicamente, equipamentos desse tipo não oferecem a possibilidade de manutenção no local de trabalho, portanto, em caso de quebra, deverá ser feita a reposição imediata do equipamento.
Para ter segurança plena, equipamentos elétricos à prova de explosão precisam, obrigatoriamente, apresentar certificado de qualidade que garantirá que todas as normas técnicas relativas à segurança foram seguidas desde o momento inicial de sua fabricação e que a funcionalidade do produto foi averiguada.
Quais cuidados devem ser tomados com esse tipo de equipamento?
É muito importante que, apesar da resistência mecânica com que os invólucros são fabricados, haja cuidado redobrado no transporte e manuseio de equipamentos elétricos à prova de explosão, para evitar quaisquer danos que possam fragilizar a estrutura que precisará resistir a explosões internas, ou fissuras, ainda que muito pequenas, pelas quais possam se dissipar faíscas ou calor.
Também devem ser evitados equipamentos de apoio de má qualidade — por exemplo, cabos elétricos ou conectores — pois esses também podem apresentar faíscas e outras falhas elétricas capazes de gerar explosões. Todos os equipamentos precisam estar de acordo com sua capacidade, para evitar quaisquer sobrecargas e consequentes acidentes e certificados pelo Inmetro.
Além disso, a NR-10 determina que dispositivos de proteção — como alarmes e dispositivos de seccionamento automático — devem ser utilizados em situações de atmosfera explosiva para prevenir quaisquer tensões, aquecimentos de equipamentos ou falhas de isolamento.
Qual a importância de adquirir equipamentos elétricos à prova de explosão certificados e confiáveis?
A Norma Regulamentadora 10 (NR-10), em seu item 10.9.2 declara que “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação”.
Sendo assim, está dada a obrigatoriedade de, em situações de atmosfera explosiva, serem utilizados equipamentos elétricos à prova de explosões certificados oficialmente. Isso vale também para os sistemas de segurança adjacentes citados no item anterior deste artigo.
Para conseguir o certificado de conformidade para equipamentos elétricos à prova de explosão, o fabricante deverá ter seus processos de fabricação e qualidade inteiramente submetidos às exigências da Normas Brasileiras NBR ISO IEC 60079-1 e NBR 16.577 , ambas da ABNT, e seu produto testado pela instituição competente — nesse caso, o Inmetro – de acordo com a norma vigente atual (Portaria Inmetro n° 179/2010).
A preservação da integridade física e a garantia de segurança do trabalhador fazem parte dos valores mais fundamentais para a ética de qualquer empresa. Por isso, não vale a pena economizar no que diz respeito à segurança — até porque essa economia não compensará a longo prazo.
Acidentes de trabalho, particularmente decorrentes de explosões, podem levar a prejuízos financeiros, de reputação e humanos inestimáveis. Nesse sentido, a escolha produtos de fornecedores confiáveis, de qualidade inquestionável e certificada é determinante para o futuro da sua empresa e do seu negócio.
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