O espaço confinado de trabalho é determinado por qualquer área ou local não projetado para a ocupação humana regular. Logo, para atuar com segurança sob essas condições, é preciso conhecer os equipamentos de espaço confinado utilizados em cada atividade.
Por exemplo, são caracterizados espaços confinados: espaços com acesso reduzido de entrada e saída, ventilação insuficiente para a remoção de contaminantes ou que possam exigir deficiências ou enriquecimento do oxigênio. No que se refere à atmosfera, um ambiente é tido com enriquecimento do oxigênio quando contém mais de 23% de oxigênio em volume na atmosfera. Já a deficiência é quando a atmosfera contém menos que 20,9% de oxigênio em volume.
Os espaços confinados mais conhecidos são: poços, elevadores, tubulações, redes de esgoto subterrâneas, chaminés, silos, cisternas, reservatórios etc. Outros exemplos desses espaços e de atividades realizadas neles são:
- caixas d’água de fábricas ou edificações;
- áreas de armazenamento de grãos;
- tanques de combustível em empresas;
- processadores de massa de indústrias químicas.
Vale ressaltar que o espaço confinado não é definido apenas por um espaço impróprio para o trabalho humano. Dentro do conceito, existem diferentes categorias e determinações para alguns fatores, como os níveis de atmosfera e as dimensões do espaço.
Existem inúmeros riscos para operar em espaços restritos. Dentre eles, os principais são: explosão, soterramento e falta ou excesso de oxigênio na atmosfera. Logo, é preciso ter uma equipe treinada para agir caso seja necessário um resgate em espaço confinado.
Como operar com segurança em espaços confinados?
O trabalho confinado existe em inúmeros segmentos de negócios. Mas, em geral, os principais trabalhos realizados em espaços confinados são:
- operações de resgate e salvamento;
- manutenções, reparos, limpeza ou inspeções;
- obras de construção civil e naval.
A Norma Regulamentadora (NR) que rege o trabalho em espaços confinados é a NR 33, referente à Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados.
Segundo a lei, independentemente de ser um profissional especializado em resgates ou um operário da construção civil, por exemplo, para operar nesses espaços, é obrigatório que o trabalhador faça uma capacitação, que deve ser renovada anualmente e ministrada por instrutores com proficiência comprovada no assunto.
A carga horária da capacitação pode variar de acordo com a atividade exercida e o espaço confinado de atuação. O certificado é emitido em nome do trabalhador, com data e local de treinamento.
Segundo a NR 33, “cabe ao empregador implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento para garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho”.
Assim, fica como responsabilidade do empregador capacitar cada membro do serviço a partir de simulações de resgate no espaço confinado uma vez a cada doze meses e assegurar que ao menos um dos membros tenha certificação em primeiros socorros e RCP (ressuscitação cardiopulmonar).
Caso o empregador opte por terceirizar o serviço de resgate, é sua obrigação informar o contratado de todos os riscos possíveis durante o trabalho na instalação e providenciar o acesso a todos os espaços confinados, permitindo que planos de resgate apropriados sejam desenvolvidos.
A comunicação dentro da equipe de trabalho é fundamental, assim como a ficha técnica de todas as substâncias tóxicas ou asfixiantes que são encontradas na atmosfera do espaço confinado. Toda informação deve estar disponível nas instalações do empregador e acessíveis para a equipe de resgate, para o supervisor de entrada, para o vigia e todos os outros profissionais envolvidos.
Quais são os equipamentos para espaço confinado?
Além de estar bem-preparado para atuar em áreas restritas, é impossível realizar esse tipo de atividade sem os itens de proteção adequados. Assim, é primordial assegurar que cada integrante da equipe de resgate tenha equipamento respiratório e de segurança individual. Conheça agora alguns equipamentos essenciais para o trabalho em espaços confinados.
1. Tripé e monopé para entrada e resgate
São equipamentos desenvolvidos para uso em espaços confinados e/ou terrenos com grandes desníveis.
Utilizados em conjunto com guinchos, resgatadores ou blocos de polias, eles auxiliam a entrada e saída do trabalhador, tanto na movimentação normal quanto, eventualmente, em resgates.
Esses equipamentos permitem o trabalho em suspensão nos setores de risco para acessos verticais.
2. Detectores de gases
São usados para medir e indicar a concentração de gases no ar. Por meio de tecnologias, eles são empregados para impedir a exposição do trabalhador a substâncias tóxicas e evitar incêndios.
Disponibilizados em unidades portáteis ou fixas, eles indicam altos níveis de gases por indicadores visíveis, audíveis, luzes ou uma combinação de sinais.
Os detectores são classificados pelo tipo de gás que identificam: tóxicos ou inflamáveis. A partir dessas classificações, as tecnologias são empregadas de formas diferentes. Os sensores catalíticos e infravermelhos detectam gases eletroquímicos e combustíveis. Já os que usam tecnologia de semicondutor de óxido metal normalmente detectam os gases tóxicos.
Eles podem ser utilizados para monitorar pequenas áreas de trabalho ou podem ser combinados para formar um sistema de proteção completo.
Existem diferentes tipos de detectores disponíveis. No entanto, todos possuem a mesma função: monitorar e alertar sobre os níveis de gases perigosos para o trabalho humano.
3. Conjunto autônomo de ar
O conjunto autônomo para espaços confinados é um suprimento alternativo para uso em caso de falha do sistema principal de ar, conectando-se diretamente, seja ele um conjunto de cilindros de ar respirável ou um compressor de baixa pressão.
Quando acionado, em casos de falha nos compressores de abastecimento ou esgotamento da reserva principal, ele supre facilmente a ausência de ar e protege o trabalhador em locais com deficiência de oxigenação ou contaminantes na atmosfera.
Quando há intervenção de gases tóxicos no espaço confinado de trabalho, o conjunto autônomo de ar também é acionado.
4. Trava-quedas e/ou guincho
O trava-quedas é um equipamento de proteção individual (EPI) contra quedas em alturas, utilizado por trabalhadores encarregados de limpeza e manutenção em alturas elevadas, tais como atividades em andaimes, cadeiras suspensa, escadas, plataformas ou telhados.
Já os guinchos de deslocamento são projetados para situações que exigem múltiplos mastros ajustáveis, podendo ser equipados na sua traseira ou dianteira.
Existem várias bases disponíveis, permanentes ou portáteis, que se adequam a qualquer aplicação necessária.
5. Exaustores e insufladores de ar para espaço confinado
Pela NBR 16577, todos os trabalhos realizados em espaço confinado precisam de algum tipo de ventilação, exaustão ou uma combinação entre as duas.
O que define o volume, a forma e o tipo de equipamento de ventilação ou exaustão a ser utilizado são a Análise Preliminar de Risco (APR) e a Permissão de Entrada e Trabalho (PET).
Existem ventiladores e exaustores movidos a diferentes fontes de energia, que dependem da situação exigida. O modelo mais comum é movido à energia elétrica, mas também há opções movidas à gasolina, a óleo diesel, ar comprimido e outras fontes.
Em casos de atmosfera explosiva, é preciso usar um ventilador certificado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para exercer qualquer atividade. Nesse caso, a ventilação deve ser combinada à exaustão, sendo ambas de forma mecânica.
Esses são os equipamentos básicos utilizados na maior parte dos espaços confinados hoje em dia. Existem outros sistemas e equipamentos de segurança, que podem ser empregados de acordo com as especificidades das atividades a serem realizadas.
A determinação dos equipamentos necessários depende da análise prévia dos riscos envolvidos na forma como cada uma das atividades será realizada.
Por que se preocupar com os equipamentos para espaço confinado?
A preocupação do empregador ao providenciar todos os equipamentos de proteção exigidos pela NR 33, dentro das certificações necessárias, é a garantia de que ele está adquirindo um material confiável e resistente. Seguir tal norma diminui consideravelmente o risco de acidentes.
Dentre os riscos de atividades em espaços confinados também se destacam:
- infecções por agentes biológicos;
- engolfamento ou intoxicação por substâncias químicas;
- choques elétricos;
- quedas;
- esmagamento;
- queimaduras;
- inundação.
Além do uso de todos os equipamentos necessários, a legislação também exige que seja feito um reconhecimento prévio dos espaços confinados, seguido de avaliação, monitoramento e controle de riscos.
Por meio da NR 33, fazer uso dos equipamentos de espaço confinado corretos garante a execução do trabalho em espaços restritos com segurança. Dessa forma, a integridade física e psicológica dos trabalhadores que operam nessas condições não fica comprometida durante o exercício de suas atividades.
Equipamentos também são importantes para os profissionais que atuam no espaço, não apenas para os resgatistas. Os usuários devem ter em fácil alcance os kits de evacuação, que podem ser portáteis ou fixados nas estruturas do local. Porém, de nada adianta ter equipamentos de qualidade se os trabalhadores não forem treinados para utilizá-los.
Como proceder em um resgate em espaço confinado?
Para garantir a segurança do profissional resgatado e do que realiza o resgate, é preciso adotar técnicas e procedimentos próprios de espaços confinados. Apesar de cada caso ter suas particularidades, podemos dividir o procedimento em quatro fases, listadas a seguir.
1. Identificação, reconhecimento e avaliação do espaço
Um salvamento exige planejamento de técnicas de acesso e locomoção. Logo, o profissional treinado deve fazer um reconhecimento do espaço para averiguar os riscos da operação antes de dar início ao resgate.
Realizar uma avaliação atmosférica interna é imprescindível para verificar os níveis de oxigênio, gases tóxicos e vapores inflamáveis, que podem causar explosões, e também para definir qual é o sistema de respiração mais apropriado a ser adotado durante o resgate.
2. Verificação dos equipamentos
A segurança dos equipamentos e do local do resgate deve ser verificada, além da resistência dos pontos de ancoragem. Isso equivale ao ato de amarrar ou afixar algo em um lugar estipulado, mantendo a estabilidade e garantindo uma utilização mais segura e hábil, impedindo, assim, que não ocorram imprevistos durante a operação.
Em determinadas situações e com equipamentos funcionando adequadamente, existe a probabilidade de retirada de pessoas sem que a equipe de resgate precise, de fato, entrar. Isso acaba sendo uma grande vantagem, se tratando do interior de um espaço muito pequeno.
3. Escolha da técnica de resgate
Em caso de acidente, podemos encontrar os cenários mais diversos e precisamos intervir rapidamente com a técnica mais adequada, que dependerá do local, da situação em que as vítimas se encontram, do tipo de acesso e dos recursos disponíveis.
Existem diversos resgates possíveis, sendo que três exemplos são:
- evacuação por descenso: por se tratar de um método simples, tem prioridade, quando sua execução é possível. A ação da gravidade é utilizada como instrumento de evacuação das vítimas para baixo;
- evacuação por ascensão: nesse caso, a evacuação é para cima. São necessárias técnicas complexas, como contrapeso, subida com guincho mecânico, entre outras. Trata-se de uma operação coletiva, em que é fundamento uma coordenação perfeita;
- evacuação mediante tirolesa: quando o acesso é difícil devido às características do local ou pela presença de obstáculos, uma opção é a tirolesa. Devido à sua complexidade, a técnica é utilizada apenas por unidades especificamente treinadas.
4. Prevenção de acidentes
Apesar de não ser exatamente um procedimento de resgate, talvez seja o item mais importante. Existem diversas formas de prevenir acidentes mesmo em situações de risco. Basta escolher a mais adequada para cada situação. Vamos conhecer algumas delas:
- vigias e colaboradores: todo acesso deve ser assistido ao lado de fora para garantir que os trabalhadores estejam em boa condição física e psicológica e para que a entrada seja feita com os equipamentos necessários;
- linha de recuperação: todo trabalhador deve estar munido de uma linha de recuperação, presa em um cinto de tórax, com a finalidade de subi-lo ou descê-lo do interior do espaço confinado em um eventual resgate;
- movimentação de materiais: devem ser descidos em baldes por meio de cordas resistentes, em quantidades que não excedam os 3 kg, para evitar a sobrecarga de peso;
- prevenção contra queda de ferramentas: as ferramentas utilizadas durante a execução dos trabalhos devem estar penduradas no cinturão ou instaladas em porta-ferramentas, evitando acidentes em que o trabalhador é atingido por algum objeto.
Independentemente do tipo de trabalho realizado, é preciso ter um plano preventivo de resgate em espaço confinado. Nele, precisa constar todas as etapas do projeto, como o campo de base e a instalação de ancoragens. Só assim os profissionais terão condições de iniciar os procedimentos de inspeção, manutenção, reparo e resgate.
O princípio de trabalho em equipe é fundamental, principalmente quando se trata de acesso por corda. Assim, a execução do serviço é realizada com maior rapidez e eficiência. Geralmente, as equipes são formadas, no mínimo, por duas pessoas.
Outro princípio que deve ser levado bastante a sério é a prudência. Uma boa dose dela diminui consideravelmente o perigo. Por exemplo, no caso de trabalhos em represas, a topografia do terreno não permite a instalação de determinados equipamentos de segurança, como andaimes. Assim, o local obriga uma manutenção constante e inspeções periódicas.
E então, gostou deste conteúdo? Agora que você já sabe da importância de equipamentos de resgate em espaço confinado, entre em contato com a CONECT. Nosso objetivo é elaborar diagnósticos de riscos, desenvolver metodologias, implantar soluções que mantenham a segurança e a eficiência dos trabalhadores, das instalações e do meio ambiente.
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Preciso de uma orientação se possível, tenho um trabalho para executar em quatro (04) reservatórios d’água com capacidade de 30.000 litros.
Profundidade mais ou menos 10 metros.
Somente um local de acesso.
Pergunta: Quais os equipamentos necessários para essa execução.
primeiro ponto verificar ponto de acesso se é por cima ou lateral, assim aprincipio utilizará tripe ou monope para entrada, detectores de gases, conjunto autonomo de ar, trava quedas ou guincho, exaustores e insufladores de ar. Esses sao os principais equipamentos a serem utilizados, assim tbm é de grande importancia um planejamento e treinamento a bem feito, espero poder ter ajudado e contribuido com o susseço da execuçao do seu trabalho amigo.
primeiro ponto verificar ponto de acesso se é por cima ou lateral, assim aprincipio utilizará tripe ou monope para entrada, detectores de gases, conjunto autonomo de ar, trava quedas ou guincho, exaustores e insufladores de ar. Esses sao os principais equipamentos a serem utilizados, assim tbm é de grande importancia um planejamento e treinamento a bem feito, espero poder ter ajudado e contribuido com o susseço da execuçao do seu trabalho amigo.