Muitas empresas passaram a investir fortemente em segurança do trabalho, não apenas para cumprir a legislação, mas também para garantir a saúde e o bem-estar de suas equipes. De fato, a redução do número de acidentes é fundamental para consolidar a imagem de boa empregadora e, claro, manter os resultados financeiros do negócio.
Afinal, esses acidentes costumam gerar enormes prejuízos ― sejam com o afastamento temporário do profissional, incluindo as despesas de assistência médica ou com o pagamento de indenizações.
Nesse contexto, é preciso salientar a importância dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Esses dispositivos são indispensáveis em diversas situações e devem ser definidos com base em um estudo dos riscos ocupacionais.
Entre os mais utilizados, estão os cintos e talabartes ― obrigatórios nos casos de trabalho em altura. Porém, o nível de proteção depende do conhecimento dos técnicos e engenheiros, que devem conhecer todas as aplicações e as peculiaridades desses equipamentos que compõem o Sistema de Proteção Contra Quedas.
O que são?
Cintos de seguraça e talabartes são dispositivos necessários em trabalhos realizados a uma altura superior a dois metros, sendo que o talabarte é o elo de conexão entre o cinto ( suporte do corpo ) ao um ponto de ancoragem. Ou seja, esse conjunto de equipamentos conectados em série mantém o usuário conectado e seguro durante o trabalho em altura.
O cinto de segurança tipo paraquedista é um dispositivo projetado para segurar o trabalhador e mantê-lo suspenso na posição vertical após a queda. Tem a finalidade de suportar o corpo do trabalhador e distribuir a força gerada pela queda sobre a maior área possível do corpo desta maneira evitando concentrações de carga causadoras de lesões e danos internos.
O Talabarte é o elo de conexão entre o cinturão de segurança e ponto de ancoragem.
Quando utilizado conectado a um ponto de posicionamento este deve permitir regulagens e possuir comprimento necessário para que o trabalhador possa buscar a melhor posição para executar sua atividade ( Ex.: Eletricista ao trabalhar posicionado em poste, Técnico de Telecomunicações em uma Torre ou Antena, dentre outros ).
Quando utilizado conectado em um ponto de ancoragem este deve permitir e absorver parte da força de impacto gerada pela queda, limitando-a em 6 kN ( força 619kgf ). Seu comprimento não deve ser menor que 1,5 metros para não limitar o movimento do trabalhador.
Vale lembrar que o cinto, o talabarte e o trava-quedas são dispositivos mencionados no anexo II da NR 6 e, por isso, precisam de um Certificado de Aprovação (CA) ― emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Quando e por que usá-los?
Os cintos e talabartes são essenciais para garantir a segurança dos usuários durante o exercício de suas funções durante atividades executadas acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Com esses equipamentos, o profissional está protegido.
Na verdade, o trabalho em altura tem sempre algum risco, mas, ao mesmo tempo, é comum em muitas indústrias. Atividades em andaimes, plataformas elevadas, escadas, telhados, torres, antenas ou em profundidade ― como em escavações, poços, colunas, tanques e minas — fazem parte do dia a dia de diversas equipes em diversos segmentos industriais.
Em todas essas circunstâncias, cabe à empresa ceder os EPIs, treinar e conscientizar os colaboradores sobre a importância de uma atitude segura.
Por isso, também é preciso monitorar a vida útil desses dispositivos com inspeções frequentes. O contato com poeira, resíduos, umidade e elementos abrasivos interferem diretamente na resistência e na confiabilidade dos equipamentos.
Quais são os tipos disponíveis no mercado?
O uso de cintos e talabartes é obrigatório sempre que houver trabalho em altura. Logo, o técnico de segurança e o engenheiro de segurança devem conhecer as tarefas que serão realizadas, os riscos envolvidos junto com as medidas de controle e os Sistemas de Proteção Contra Quedas, para posteriormente, definir qual o EPI mais indicado.
Os talabartes podem ser divididos em três grandes grupos. São eles:
1. Talabarte simples
Possui um gancho dupla trava nas extremidades para ser conectado na argola dorsal do cinto de segurança e outro ao ponto de ancoragem. Faz parte do equipamento um absorvedor de energia projetado para dissipar a energia gerada pela queda e limitar os impactos a 6 kN ( força de 639kgf ). O absorvedor se expande desacelerando a velocidade de queda. Este modelo é a preferência dos trabalhadores, devido ao seu menor peso, durante trabalhos onde não existe a necessidade de deslocamentos ou restritos até as áreas com risco de queda.
2. Talabarte duplo
Este possui as mesmas caraterísticas do Talabarte Simples porem possui mais uma “perna”, consequentemente possui um peso maior. Muito importante que a união das pernas possam ser feita por olhal independente. Porem este modelo possui grande versatilidade pois permite que o trabalhador possa se deslocar na horizontal e vertical estando sempre conectado a um ponto de ancoragem. Existem algumas restrições para sua utilização para subidas em escadas uma vez que a utilização de outros sistemas compostos por cabo e trava quedas ou trava quedas retrátil permitira ao usuário facilidade na subida e descida com rapidez e total segurança.
3. Talabarte de posicionamento
O Talabarte de posicionamento não é um dispositivo para proteção contra queda e, sim, para posicionar o profissional. Por isso, pode ser usado junto com um talabarte simples ou duplo. Ou em outros casos com cabo e trava-queda ou trava quedas retrátil para garantir mais proteção principalmente em caso de trabalhos em alturas mais complexos.
Os cintos de segurança tipo paraquedista, são divididos em dois grupos com finalidades distintas:
1. Cintos de Segurança para uso geral
Para atividades onde o trabalhador necessita estar protegido de uma eventual queda, cintos de segurança com 1 argola dorsal será o suficiente. Porem, caso necessite de subir em escadas fixas, cintos equipados com conexão frontais serão necessários. Caso a atividade exija proteger contra quedas, subidas em escadas e a necessidade de trabalhos posicionados, o cinto de segurança mais indicado deverá possuir 1 argola dorsal, 1 conexão frontal e cinturão abdominal com argolas laterais.
Cintos destinados a atividades em espaços confinados, precisam ser leves e operacionais. Estes devem possui extensões para facilitar o resgate do acidentado na posição vertical caso necessário.
Quanto mais simples, leve e operacional for o cinto, este ganhará a preferência do trabalhador além de ser mais fácil o seu entendimento de utilização. Vale lembrar que simplicidade não é sinônimo de baixa qualidade. Exija bons equipamentos e com qualidade de seus fornecedores.
Lembre-se que o trabalhador que labora em atividades com risco de queda em sua grande maioria não são alpinistas e não tem a pretenção de ser.
2. Cintos de Segurança para trabalhos suspensos
Quando a atividade do trabalho exige que o trabalhador labore suspenso com a necessidade de progressão vertical e horizontal através de cordas, este necessita de um cinturão de segurança com diversos recursos e pontos de conexões para permitir manobras específicas e aplicação de técnicas de acesso por cordas, regulamentadas pela NR35 em seu anexo I.
A principal característica deste cinturão de segurança tipo paraquedista é a argola ventral para que possa conectar sistemas de ascensão e descessão por corda.
Existem outros cintos com pequenas variações, com características específicas como: Cintos para Torrista, Eletricistas, Soldadores e etc..porem todos possuem características básicas e similares as descritas acima.
Como inspecionar e vestir?
Para garantir o uso adequado dos cintos e talabartes, é preciso que os profissionais atentam a alguns fatores críticos a serem inspecionados e checados antes do uso :
- as fitas, cordas e costuras devem estar em perfeitas condições;
- as fitas, cordas e costuras não podem ter cortes ou sinais de ruptura, queimaduras e desgastes, mesmo que parciais;
- os componentes metálicos como argolas e fivelas não podem apresentar ferrugem ou fissuras;
- os ganchos dupla trava devem estar em perfeito estado de funcionamento;
- nunca use equipamentos que já sofreram alguma quedas. Descarte-os.
Após a inspeção o trabalhador deverá vesti-lo seguindo a sequência abaixo :
- abra todas as fivelas e segure o cinto pela argola D dorsal.
- vista-o como uma mochila.
- feche a fivela da fita peitoral e faça o ajuste.
- feche a fivela da perna direita e faça o ajuste.
- feche a fivela da perna esquerda e faça o ajuste.
- faça um ajuste final das fivelas.
- mantenha a argola D dorsal do cinto entre os omoplatas.
- ao ajustar as fivelas não aperte demais as fitas das pernas.
- garanta que a fita de proteção sub-pélvica esteja posicionada abaixo da pelve do trabalhador. O cinto deve permitir a liberdade de movimentos.
Após vestir o cinto, conecte o ganho dupla trava da extremidade do absorvedor de energia na argola D dorsal do cinto de segurança. Verifique se a conexão foi realizada com êxito fazendo um teste simples puxando os ganchos nas extremidades do talabarte.
Na condição ideal, o cinto deve ser utilizado com o talabarte, com o trava-quedas e com um sistema de ancoragem adequado. Além disso, o equipamento precisa se ajustar confortavelmente ao corpo do usuário, permitindo movimentos amplos e firmes.
Após o uso os cintos e talabartes devem ser armazenados em locais adequados como bolsas e longe de intempéries.
Como escolher para comprar os cintos e talabartes?
A segurança das equipes está sempre atrelada ao uso correto dos EPIs e equipamentos envolvidos. A escolha rigorosa deles pode salvar a vida dos profissionais envolvidos.
Assim, antes de compra-los verifique:
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prefira fivelas e argolas forjadas, ao invés das estampadas pois possuem cantos vivos que podem danificar as fitas;
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prefira argolas forjadas ao invés de soldadas pois apresentam pontos de fissuração;
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prefira fitas que não absorvam suor e umidade, para evitar mal cheiro, proliferação de fungos e excesso de peso;
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prefira fitas que não deformam com o uso, caracterizando a péssima qualidade do material;
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inspecione a fita, colocando-a na palma da mão e fechando-a em forma de um ” U ” por 5 minutos. Ao abrir a mão, caso a fita não retorne a posição original significa que poderá deformar facilmente, indicando uma qualidade inferior;
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prefira cintos e talabartes fabricados com fita na cor clara para facilitar a inspeção e visualização da necessidade de higienização. É um equívoco pensar que a fita escura suja menos;
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prefira o cinto que possua indicador de impacto;
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prefira o cinto que possua ajuste no comprimento e altura da fita peitoral para que este fique posicionada na altura dos mamilos do peito;
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prefira equipamentos fabricados conforme certificação de qualidade ISO 9001:2008;
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prefira equipamentos simples de usar. O trabalhador repudia equipamentos complexos e tendem a não usá-los ou quando usam o fazem de forma indevida;
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prefira talabartes que permitam liberdade de movimentos. Talabartes curtos prejudicam o deslocamento do trabalhador e o seu uso correto;
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prefira ganchos dupla trava e com “dente” para evitar aberturas por torção. Não aceite ganchos leves e frágeis.
Também é necessário confirmar se os EPIs têm Certificado de Aprovação (CA) válido.
Desse modo, fica evidente a importância de um sistema de gestão da segurança do trabalho. Os técnicos e engenheiros precisam conhecer todos os serviços de rotina, de emergência e de contingência ― para definir quais os melhores equipamentos em cada situação.
Assim, é possível reduzir o número de acidentes e, consequentemente, alavancar os índices de produtividade e eficiência operacional da empresa.
Qual a importância do EPI no trabalho em altura?
São os equipamentos que garantem a segurança do trabalhador enquanto ele está realizando o seu trabalho em grandes alturas, o que diminui as chances de acidentes e fatalidades.
Caso algum problema aconteça, os EPIs ajudarão a diminuir os impactos que o acidente causaria no corpo do trabalhador, permitindo que ele se recupere de maneira mais rápida.
Além disso, os empregadores precisam incentivar o uso dos equipamentos de segurança; caso contrário, poderão sofrer penalidades, como multas. O trabalhador que se recusar a usar os EPIs também poderá ter consequências, como a sua demissão por justa causa.
Desse modo, fica evidente a importância de um sistema de gestão da segurança do trabalho. Os técnicos e engenheiros precisam conhecer todos os serviços de rotina, de emergência e de contingência para definir quais os melhores equipamentos em cada situação.
Assim, é possível reduzir o número de acidentes e, consequentemente, alavancar os índices de produtividade e eficiência operacional da empresa.
Esperamos que nosso post sobre cintos de segurança e tipos de talabarte tenha sido útil para você. Caso esteja precisando de equipamentos como esses, temos uma linha de talabartes de qualidade que auxiliará os colaboradores em suas atividades.
Confira nossos produtos em nosso site!
Super interessante! Tem muitas empresas usando cintos de suspensão ( com cadeirinha ) sem necessitar. Eletricista que sobe e trabalha sob escada no poste… para que usar cinto cadeira?!
Vou começar a perceber a questão das argolas e ferragens se são realmente forjadas e arredondadas para evitar a abrasão na fita. Argola estampadas ou com solda.. nem pensar.
Olá Fábio, obrigado pelo feedback positivo. Esse é o objetivo do blog.
Falar sobre segurança e prevenção é a única maneira de evitarmos acidentes.
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Parabéns pelo artigo, CONECT. Sou Engenheiro de Segurança com 20 anos de formado e acompanho o trabalho de vocês a muito tempo. É bom aprender com quem realmente sabe e tem experiência!
Olá Carlos, obrigado pelo feedback positivo. Esse é o objetivo do blog.
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Excelente,gostei muito do conteúdo
Para complementar o artigo, gostaria de alertar aos companheiros que ainda existem marcas que ainda insistem em fabricar cintos paraquedistas com fivela de plástico na fita frontal ( que fica posicionada no peito do trabalhador ). Se o trabalhador cai de ponta cabeça a fivela pode estourar e ele sair do cinto.
Muito bom o artigo.
Olá Janaina, obrigado pelo feedback positivo. Esse é o objetivo do blog.
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Fabio já ouviu falar do Mal de Arnes, Sindrome de Suspensão Inerte? Depois que você se pendurar em um cinto não projetado para suspensão , ou ficar suspenso apenas pelo ponto dorsal do EPI você vai entender o porque ! Trabalhos que envolvem risco de inconsciência do trabalhador por acidente, eu nunca abriria mão de um cinto paraquedista para suspensão, tanto para o bem do próprio usuário, quanto para facilitar a equipe de salvamento. Falo com conhecimento de causa, sou instrutor de Trabalho em Altura e Resgate em Linhas de Transmissão a mais de 06 anos em uma grande empresa do setor elétrico. Abçs.
Diego,
Independe do cinto tipo cadeira ou cinto normal o trabalhador não pode ficar mais que 30 minutos suspenso. A suspensão prolongada poderá levá-lo a morte por interrupção da circulação.
Caso necessite executar trabalhos suspensos prolongados, ele deverá usar algum “suporte” com uma base maior para melhor distribuição do seu peso evitando concentrações e interrupção da circulação.
Não é o modelo de cinto que irá evitar isso, e sim o planejamento do trabalho e escolhas dos equipamentos adequados.
Desculpe, mas acho que esta equivocado.
Para mais informações sobre isso acesse : https://www.osha.gov/dts/shib/shib032404.html
Parabéns CONECT pelo artigo !!
Todo o Gestor de Segurança deveria ver esse video antes de escolher um Cinto de Segurança para seus colaboradores. É uma responsabilidade muito grande o nosso papel de recomendar um equipamento para o uso.
Uma indicação errada poderá gerar lesões sérias e permanentes no trabalhador.
Vejam o vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=kExllBKMgUw
PS: Use sempre a argola dorsal D do Cinto para proteção contra quedas !!
Olá Eng. Carlos,
Obrigado por sua contribuição.
Indicamos a utilização dos Elementos de Conexão de um Sistema de Proteção Contra Quedas, conectar sempre na argola D dorsal do Cinto de Segurança. Somente em alguns caso onde a distância de queda livre seja inferior a 10cm indicamos a conexão frontal ou ventral.
Veja o vídeo pois é auto explicativo >>> https://www.youtube.com/watch?v=cuwh8gZocmk
Saudações,
Equipe CONECT
bom dia,
Gostaria de saber sobre a compatibilidade de cintos e talabartes.
O talabarte é um acessório não carece de C.A, onde está escrito (NORMA) sobre ser obrigatório o uso do talabarte do mesmo fabricante do cinto…Procede???
Eu procurei e não encontrei nada que fosse bem claro e sem deixar duvida sobre o assunto.
Se puderem me ajudar, agradeço, parabéns pelas informações.
Boa tarde Roberto, o talabarte não é um acessório, ele faz parte do EPI, conforme informado na NR 6, Anexo I – H, Item I.2. ” Cinturão DE SEGURANÇA COM TALABARTE”. Portanto apesar de atualmente o número do CA ser vinculado a um modelo de cinturão de segurança neste Certificado de Aprovação estão escritos todos os modelos de talabartes de segurança e também de trava quedas que podem ser utilizados conjuntamente com este modelo de cinturão de segurança. Espero ter esclarecido sua dúvida. Saudações prevencionistas!
Adorei o artigo, muito bom.
Qual cinto devo comprar para um trabalhador que eventualmente precisa subir no telhado do edifício para verificação de lâmpada piloto e caixa d’água? Precisa se locomover até 2,5m da escada marinheiro.
Para descartar cintos de segurança et alabartes, velhos e sem uso devo ter algum procedimento especifico?