O acesso e resgate em espaços confinados é uma situação que requer muita atenção, perícia, prudência, preparo técnico e equipamentos adequados. Isso porque se trata de um evento que apresenta particularidades, especialmente em relação à segurança dos funcionários que o executam.
Pensando nisso, criamos este artigo para explicar o conceito de acesso e resgate nesses espaços e como ele é realizado. Ao final, conheça alguns dos novos EPIs indicados para essa situação. Boa leitura!
Entenda o que é acesso e resgate em espaços confinados
O acesso e resgate em espaços confinados é definido pela Norma Regulamentadora nº33, de 27 de dezembro de 2006, que estabelece os requisitos mínimos para identificação desses espaços e dispõe sobre responsabilidades de empregadores e funcionários.
Aqui, é importante observar que essa norma veda qualquer trabalho nesses locais sem a devida Permissão de Entrada e Trabalho (PET), bem como sem a capacitação dos colaboradores envolvidos.
Os espaços confinados são identificados como:
- qualquer lugar não projetado para a ocupação humana contínua;
- espaços com meios limitados de entrada e saída;
- locais com deficiência do volume oxigênio abaixo de 20,9% do valor, em condições atmosféricas normais.
A legislação ainda prevê um mapeamento técnico do espaço onde são realizados os trabalhos, para indicar se a atmosfera do local é explosiva, bem como para identificar a probabilidade de alguma asfixia dos funcionários em emergências.
Além desses riscos, considerados os mais comuns para atividades realizadas em espaços confinados, há outras ameaças que exigem a máxima atenção, tais como:
- choque elétrico;
- engolfamento;
- esmagamento;
- infecção por agentes biológicos;
- intoxicação por substâncias químicas.
- inundação;
- queda;
- queimadura.
Para ilustrar melhor esse tipo de risco, podemos citar um bastante comum, responsável por diversos acidentes envolvendo trabalhos em espaços confinados: o soterramento.
Um caso marcante, ocorrido em 2010, amplamente divulgado pela mídia, mostrou um acidente que envolveu 33 mineiros chilenos resgatados após terem ficado 69 dias soterrados em um espaço confinado. As vítimas tiveram muita sorte, porém casos como esse podem ser fatais.
Saiba o que é necessário para o acesso e resgate nesses espaços
Os resgates em espaços confinados precisam ser bem orientados para garantir a segurança dos profissionais, mantendo a integridade física dos colaboradores. Dessa forma, é essencial ter um plano de resgate, oferecer treinamento, identificar os riscos e utilizar os EPIs adequados.
Identificação de perigos
Para o estabelecimento de sistemas de acesso e resgate, é essencial conhecer os principais tipos de espaços confinados. A seguir, veja alguns que podem ser encontrados na rotina das organizações:
- caldeiras;
- chaminés;
- dutos;
- elevadores.
- galerias subterrâneas;
- locais com ventilação insuficiente.
- moinhos industriais;
- silos;
- tanques.
Elaboração de um plano de resgate
A elaboração de um plano de resgate é essencial para saber como agir em casos de acidentes em espaços confinados. Ele deve conter a descrição dos perigos identificados, o mapa do ambiente de trabalho, o estabelecimento de treinamentos contínuos, bem como a reciclagem periodicamente dos conhecimentos a serem veiculados.
Além disso, precisa definir os EPIs adequados a cada situação de risco, conforme as normas regulamentadoras.
Capacitação dos colaboradores
É fundamental manter a equipe treinada. O ideal é que o treinamento seja realizado por uma empresa especializada em resgate em espaços confinados. O treinamento deve ser reforçado periodicamente, para ser atualizado com novas técnicas importantes para resgates mais seguros.
Utilização de EPIs adequados
Os EPis devem atender às necessidades de cada ambiente e situação de risco. Dessa forma, os locais precisam ser avaliados com muita atenção para a identificação dos equipamentos de segurança mais adequados.
Entenda os tipos de resgate para espaços confinados
Os sistemas de acesso e resgate são essenciais para traçar estratégias de segurança adequadas no exato momento em que algum tipo de acidente acontece.
Dessa forma, é possível garantir que as vítimas sejam retiradas em segurança, sem riscos aos profissionais e resgatistas. A seguir, veja quais são os principais tipos de resgate em espaços confinados.
Autorresgate
O profissional recebe treinamento para saber como conduzir a sua própria saída ao ficar preso em um espaço confinado, com os EPIs adequados.
Resgate de entrada
O socorrista entra no espaço confinado para fazer o resgate e orienta o profissional sobre como agir no processo. O objetivo é garantir a integridade de todos. Ao final, é preciso fazer uma avaliação sobre o evento.
Resgate sem entrada
É utilizado quando a vítima não consegue sair do local. Nesse caso, é preciso atender às diretrizes da NBR 16.577/2014.
A empresa deve facilitar a retirada de pessoas sem a necessidade de que as equipes acessem o interior do espaço. Para isso, é possível utilizar movimentadores individuais, de modo a não prejudicar a integridade física do colaborador.
Conheça os novos EPIs para esse tipo de situação
Há diversos EPIs específicos para resgates em espaços confinados, como óculos, botas, máscaras para proteção de substâncias tóxicas, entre outros. A seguir, conheça algumas novidades nesse sentido.
Grampo de resgate tipo BK
Para o resgate de uma pessoa presa e conectada a um sistema de proteção individual contra quedas. O Grampo BK conecta-se a um elemento de conexão com fita de poliamida do talabarte ou trava quedas retrátil de fita.
Dessa forma, o socorrista consegue transferir o resgatado para o seu sistema de proteção contra quedas e suspensão, para posterior descida até o solo com segurança. A seguir, veja onde esse tipo de EPI pode ser aplicado:
- acesso por corda;
- antenas de telecomunicações;
- centros de treinamento;
- encostas e barragens;
- espaço confinado;
- indústria em geral;
- indústria química;
- obras de pontes;
- obras em mastros;
- passarelas;
- plataforma de petróleo;
- postes;
- torres de energia;
- torres e antenas;
- turbinas eólicas.
Grampo de resgate tipo DK
Assim como o EPI anterior, o Grampo de resgate DK foi projetado para resgatar uma pessoa presa e conectada a um sistema de proteção individual contra quedas.
Esse grampo é encaixado no elemento de conexão como um trava-quedas retrátil de cabo de aço. O socorrista consegue transferir o resgatado para seu sistema de proteção contra quedas e suspensão para posterior descida até o solo com segurança. As aplicações desse modelo de EPI são as mesmas do modelo anterior.
Sistemas XTirpa
São sistemas inovadores portáteis, que contam com um braço horizontal, que permite ser conectado no ponto de ancoragem para a realização de resgates. Além disso, são utilizados para melhorar o posicionamento dos trabalhadores enquanto executam atividades suspensas, bem como para recuperação e proteção em caso de quedas.
Como vimos, o acesso e resgate em espaços confinados depende de vários fatores para ser realizado com sucesso, resguardando a segurança dos envolvidos. Para isso, é fundamental seguir as normas regulamentadoras, criar um plano de resgate, fazer treinamentos e utilizar EPIs adequadas para cada ambiente e situação.
Essas informações foram úteis? Para saber mais sobre EPIs de resgates em espaços confinados, entre em contato conosco!